Yuri Ushakov, o principal assessor de política externa de Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira, 13, que um cessar-fogo na Ucrânia, proposto pelos Estados Unidos, não daria “nada” à Rússia, apenas às forças ucranianas, que teriam tempo para descansar e reabastecer seus suprimentos de armas. Kiev aceitou a oferta americana de uma trégua “imediata” de trinta dias, e Washington declarou que “a bola está na quadra” dos russos.
As Forças Armadas da Rússia têm feito avanços desde meados de 2024 e controlam quase 20% do território da Ucrânia, três anos após o início da invasão. Steve Witkoff, o enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a Moscou nesta quinta para negociações. O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, deu detalhes para o Kremlin sobre o cessar-fogo na véspera.
Yuri Ushakov, um ex-embaixador em Washington que fala por Putin em grandes questões de política externa, disse à TV estatal russa que havia conversado com Waltz na quarta-feira para delinear a posição da Rússia sobre o cessar-fogo.
“Eu declarei nossa posição de que isso não é nada além de uma trégua temporária para os militares ucranianos, nada mais”, disse Ushakov. “Isso não nos dá nada. Só dá aos ucranianos uma oportunidade de se reagrupar, ganhar força e continuar a mesma coisa”, acrescentou. Ele defendeu que a proposta precisa ser atualizada para levar em conta os interesses da Rússia.
Ushakov, ao lado de Putin no Kremlin desde 2012, não chegou a rejeitar completamente a proposta dos Estados Unidos, no entanto, dizendo que o líder russo provavelmente daria uma declaração ainda nesta quinta. Segundo o assessor, o objetivo de Moscou é “um acordo pacífico de longo prazo que leve em conta os interesses legítimos do nosso país e nossas preocupações bem conhecidas”.
“Parece-me que ninguém precisa de medidas que (meramente) imitem ações pacíficas nesta situação”, disse ele, deixando claro pensar que os europeus tentam pintar Moscou como uma figura “contra a paz”.
Seus comentários indicam que Putin vê os avanços da Rússia no campo de batalha como uma vantagem forte nas negociações de paz. Mas não estava claro como vai reagir Trump, depois de dizer na quarta-feira que esperava que Moscou concordasse com um cessar-fogo para interromper o “banho de sangue”.
“Posso fazer coisas financeiramente que seriam muito ruins para a Rússia”, ameaçou o americano. “Não quero fazer isso porque quero paz. Quero ver a paz e veremos. Mas em um sentido financeiro, sim, poderíamos fazer coisas muito ruins para a Rússia. Seria devastador para a Rússia.”
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