O príncipe Harry renunciou nesta quarta-feira, 26, ao cargo de patrono da organização não governamental Sentebale, cofundada por ele há quase uma década como homenagem à mãe, princesa Diana, morta em um acidente de carro em 1997. A ONG, cujo nome significa “não-me-esqueças”, tem como objetivo ajudar jovens com HIV e aids em Lesoto e Botsuana, na África. O príncipe lesotiano, Seeiso, que esteve envolvido na criação da instituição, também abandonou a função após uma crise interna.
“É devastador que o relacionamento entre os administradores da instituição de caridade e o presidente do conselho tenha se deteriorado irreparavelmente, criando uma situação insustentável”, disseram Harry e Seeiso em declaração conjunta divulgada pela imprensa britânica, acrescentando que estavam “com o coração pesado” e que ficariam afastados até “novo aviso”.
“Embora não sejamos mais patronos, sempre seremos seus fundadores e nunca esqueceremos o que esta instituição de caridade é capaz de alcançar quando recebe os devidos cuidados”, acrescentou o comunicado.
O duque de Sussex passou dois meses no Lesoto, em 2004. Dois anos mais tarde, fundou a ONG, que trabalha “fornecendo capacitação e cuidados para jovens, incluindo aqueles vivendo com HIV/aids”, assim como “treinamento vocacional e habilidades empreendedoras”. A mãe de Harry, Diana, era conhecida pelo trabalho voluntário e pelo envolvimento em causas sociais.
Os problemas na Sentebale tiveram início após os cinco membros do conselho administrativo pedirem a renúncia da presidente, a advogada Sophie Chandauka, de Zimbábue, que assumiu o cargo em julho de 2023. Após a notícia, Chandauka acionou o órgão regulador Charity Commission, que supervisiona instituições de caridade no Reino Unido, e o Tribunal Superior de Londres, de onde saiu vitoriosa. Como consequência, todos os conselheiros críticos foram demitidos. Em nota, a presidente da instituição criticou a decisão de Harry e Seeiso.
Sem citar nomes, ela afirmou que “há pessoas neste mundo que se comportam como se estivessem acima da lei e maltratam as pessoas, e depois se fazem de vítimas e usam a imprensa que desprezam para prejudicar pessoas que têm a coragem de desafiar sua conduta”, acrescentando que tratava-se da “história de uma mulher que ousou denunciar problemas de má governança, gestão executiva fraca, abuso de poder, intimidação, assédio, misoginia, misogynoir (termo para misoginia contra mulheres negras) – e o encobrimento que se seguiu”.
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