O Mercado Livre anunciou um investimento de R$ 34 bilhões este ano no Brasil, seu principal mercado. A informação foi divulgada pelo vice-presidente sênior do Mercado Livre e líder das operações de marketplace da companhia no Brasil, Fernando Yunes.
O anúncio vem em um momento no qual o e-commerce brasileiro enfrenta uma grande expansão das plataformas asiáticas. Shein, Shopee e Aliexpress, por exemplo, dobraram os embarques tanto marítimos quanto aéreos para o país nos últimos dois anos. E a previsão é que a quantidade de voos com mercadorias triplique novamente até 2026. Além disso, com uma maior frequência, o custo do frete diminuiu.
O valor anunciado pelo Mercado Livre, que também inclui certas despesas operacionais, é um recorde para a empresa no Brasil, à medida que a empresa tem intensificado seus investimentos no país nos últimos oito anos. O valor marca um crescimento de 47,8% nos aportes em relação ao ano anterior e um aumento exponencial em relação a 2018, quando o Mercado Livre investiu R$ 1 bilhão no Brasil.
Em evento com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um dos centros de distribuição do Mercado Livre no Estado de São Paulo, Yunes acrescentou que a empresa de comércio eletrônico espera criar cerca de 14 mil empregos no Brasil em 2025, chegando a mais de 50 mil funcionários no país até o final do ano.
Atualmente, o país responde por mais de 50% das receitas do Mercado Livre. Em um comunicado, a empresa afirmou que os recursos serão direcionados para logística e tecnologia em seus negócios de e-commerce e fintech, além de programas de fidelização, entretenimento, marketing e contratação.
No mês passado, o Mercado Livre, cujas ações são negociadas em Nova York, anunciou investimentos de US$ 3,4 bilhões no México, seu segundo maior mercado, para 2025.
Rivais asiáticas avançam
A ofensiva asiática no mercado brasileiro inclui fincar os dois pés no pais. Algumas plataformas como a chinesa Shein e a Shopee, de Cingapura, inauguraram operações locais. Os empresas têm implementado estruturas logísticas próprias com redes de galpões e serviços de entrega no Brasil.
A Shein e a Shopee foram as empresas de comércio eletrônico que mais aumentaram as locações de espaços logísticos no Brasil nos últimos dois anos, de acordo com a consultoria imobiliária Binswanger. A área ocupada pelas plataformas já soma 13% de todos os galpões do e-commerce no país.
Essa participação já começa a ficar parecida com as exibidas por gigantes do varejo online brasileiro. Americanas e Casas Bahia, por exemplo, respondem juntas por 20% das áreas de armazenamento de produtos no mercado nacional.
(Reportagem de André Romani)
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