Em maio de 2008, durante o feriado de Corpus Christi, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio foi fotografado dentro de um vagão do metrô de Buenos Aires, após discursar para jovens na Praça Once.
A imagem, capturada pelo fotógrafo Pablo Leguizamon, se tornou um símbolo da simplicidade que marcaria a trajetória do futuro papa.
Leguizamon, então freelancer e estudante de fotojornalismo, havia sido escalado para cobrir o evento religioso, mas decidiu seguir o cardeal em seu caminho de volta para a Catedral Metropolitana de Buenos Aires.
O fotógrafo conta que estava muito perto de Bergoglio, mas que não pediu para que ele olhasse para a câmera, nem sequer conversou com o então cardeal.
“Ele levantou o olhar por alguns segundos. Algo havia lá. Tive uma intuição, um palpite”, disse Leguizamon em entrevista ao G1.
“Senti instintivamente que aquela foto ia se valorizar com o tempo”, relembra o fotógrafo. “Não imaginava que ele se tornaria papa, mas essa profissão adquire importância no longo prazo.”
A imagem ganhou notoriedade mundial anos depois, quando Bergoglio se tornou o papa Francisco em 2013, por simbolizar a humildade do novo pontífice, que recusou luxos no Vaticano e optou por viver na modesta Casa Santa Marta. Até ser eleito papa, Bergoglio era visto com frequência nos bairros pobres de Buenos Aires, andando de transporte público e conversando com moradores.
“Não era habitual ver o arcebispo de Buenos Aires usando o metrô. Era esperado que ele circulasse de carro”, disse Leguizamon. “Mas era um homem que se comportava como um monge, ou o padre de uma paróquia.”
O papa faleceu na segunda-feira 21 após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguido de uma insuficiência cardíaca irreversível. Ele estava em sua residência no momento.
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