O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se contradisse ao expressar, neste sábado, 26, dúvidas a respeito da real disposição do presidente russo, Vladimir Putin, para encerrar a guerra na Ucrânia. A fala representa um contraste em relação a apenas um dia antes, quando o republicano, comentando uma reunião entre seu enviado especial, Steve Witkoff, e o chefe do Kremlin, afirmou que Moscou e Kiev estavam “muito perto de um acordo”.
Em uma publicação em sua rede social, a Truth, ao retornar aos Estados Unidos após o funeral do papa Francisco, em Roma, Trump escreveu que “não havia motivo para Putin disparar mísseis contra áreas civis, cidades e vilas nos últimos dias”. Ele também insinuou que poderia impor novas sanções contra a Rússia.
“Isso me faz pensar que talvez ele não queira parar a guerra, ele está apenas me incentivando e precisa ser tratado de forma diferente, por meio de ‘Bancos’ ou ‘Sanções Secundárias’? Muitas pessoas estão morrendo!!!”, completou.
Um contraste grande com seu parecer de sexta-feira a respeito das discussões entre Witkoff e Putin. O enviado de Trump viajou a Moscou na quinta-feira, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, declarou após o encontro que seu país está “pronto para chegar a um acordo” para encerrar o conflito. Isso depois do líder americano ter declarado que “a Crimeia ficará com a Rússia” em um potencial tratado para encerrar a guerra, o mais recente exemplo da pressão de Washington sobre Kiev para fazer concessões ao Kremlin. No passado, Zelensky descartou repetidamente a possibilidade de ceder território.
O giro de 180 graus veio após uma reunião entre o chefe da Casa Branca e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no Vaticano, antes do funeral do papa.

O encontro durou 15 minutos e não há informação sobre o que foi dito, exceto que a Casa Branca o caracterizou como “muito produtivo”. Mas depois de todos os ritos fúnebres, Zelensky foi às redes sociais e chamou a conversa com Trump de um “encontro muito simbólico” que tem o “potencial de se tornar histórico, se alcançarmos resultados conjuntos”.
“Esperando resultados em tudo o que abordamos. Protegendo a vida do nosso povo. Cessar-fogo total e incondicional. Paz confiável e duradoura que impedirá que outra guerra ecloda”, afirmou em postagem no X, antigo Twitter, em que agradeceu o presidente dos Estados Unidos.
A reunião com Zelensky ocorreu numa semana agitada. Na segunda-feira, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos abandonarão a intermediação de um acordo “nos próximos dias” se não houvesse progresso. Dias depois, Trump criticou o presidente da Ucrânia por prolongar “o campo de extermínio”, como chamou a guerra, e dificultar negociações. Então, diante do mais mortal ataque russo contra a capital ucraniana, Kiev, em meses, o chefe da Casa Branca enviou um raro recado a Putin, dizendo: “Vladimir, pare!”
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