O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que gostaria de ser o próximo papa. A Igreja Católica escolherá um novo líder a partir do conclave, que começa em 7 de maio, após a morte de Francisco, na semana passada.
“Eu gostaria de ser papa”, afirmou o republicano ao ser questionado por um jornalista sobre quem deveria ser o pontífice. “Essa seria minha escolha número um.”
Reporter: Who do you want to be the next Pope?
Trump: “I’d like to be Pope. That’d be my number one choice.” pic.twitter.com/gTIUBhXjMG
— Republicans against Trump (@RpsAgainstTrump) April 29, 2025
Embora em aparente tom de piada, a declaração é mais uma na lista de falas superlativas do presidente americano, que já falou em concorrer a um terceiro mandato nos Estados Unidos, proibido pela Constituição americana. Em uma entrevista à revista americana The Atlantic publicada na segunda-feira 28, por exemplo, afirmou que, diferentemente do que ocorreu em em sua primeira passagem pela Casa Branca, desta vez ele governa “o país e o mundo”.
Em seguida, Trump afirmou que não tem preferências para o próximo chefe da Santa Sé, mas fez referência ao arcebispo de Nova York, Timothy Dolan. “Devo dizer que temos um cardeal que por acaso é de um lugar chamado Nova York, que é muito bom, então veremos o que acontece.”
O cardeal Dolan não é um dos favoritos para o cargo. Entre os religiosos dos Estados Unidos que participarão do conclave, um nome mais cotado é o do cardeal Joseph Tobin, arcebispo de Newark, Nova Jersey. Até agora, nunca houve um papa americano.
Trump e sua esposa, Melania, viajaram a Roma no último fim de semana para comparecer ao funeral de Francisco. Lá, realizou uma reunião com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, dentro da Basílica de São Pedro.
O presidente americano e o falecido papa trocaram críticas ao longo da última década, principalmente relacionadas ao apelo do papa por compaixão pelos migrantes, um grupo que está na mira de Trump desde o primeiro mandato, mas que entrou nos holofotes desde que ele voltou à Casa Branca com a promessa de realizar “a maior deportação em massa da história dos Estados Unidos”.
Em uma briga recente, pouco antes de sua morte por um derrame na segunda-feira passada, posicionou-se contra as políticas imigratórias pregadas pelo presidente americano, dizendo que criminalizar migrantes e tomar decisões baseadas na força “terminará mal”.
“O que é construído com base na força, e não na verdade sobre a igual dignidade de todo ser humano, começa mal e terminará mal”, disse o pontífice no texto, que parecia também uma resposta indireta à defesa às deportações feita pelo vice-presidente JD Vance — católico, ele defendeu a repressão imigratória citando um conceito teológico católico antigo conhecido como “ordo amoris”, ou “ordem do amor”, para sugerir que os católicos devem dar prioridade aos não imigrantes.
Em sua carta aberta, Francisco disse que “a verdadeira ‘ordo amoris’ que deve ser promovida (…) meditando sobre o amor que constrói uma fraternidade aberta a todos, sem exceção”.
Em menos de duas semanas, 133 cardeais católicos serão incumbidos de participar da votação secreta, enclausurados na Capela Sistina de Michelangelo, para escolher o próximo papa. Não há um favorito claro à vista, mas casas de apostas e analistas apontam repetidamente para o italiano Pietro Parolin, que no cargo de secretário de Estado do Vaticano é o número dois na hierarquia da Santa Sé.
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