O Ministério Público do Paraná denunciou o jogador Miguelito, do América-MG, por injúria racial, nesta quarta-feira (7).
Miguel Angel Terceiros Acuna é acusado de proferir falas racistas contra um jogador do Operário-PR, durante uma partida válida pela 6ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, no último domingo (4).
Segundo a denúncia, uma confusão entre os jogadores dos dois times fez com que o árbitro parasse a partida e executasse o “protocolo antirracista”, previsto pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para inibir atitudes racistas durante jogos.
O jogo foi retomado, mas, ao final, todos os envolvidos foram encaminhados à delegacia de polícia e o atleta boliviano foi preso em flagrante. No dia seguinte, Miguelito foi solto para responder o processo em liberdade.
O MPPR cita na acusação que “imagens oficiais do jogo demonstram o exato momento em que o denunciado vira o rosto e profere a injúria racial contra a vítima”. O jogador é acusado de utilizar a expressão “preto do c******” contra o meia Allano, do Operário.
No inquérito policial incluído na denúncia, é citado também que “a injúria racial, enquanto forma de exteriorização do racismo, carrega em sua prática especial gravidade, considerando o bem jurídico histórica e globalmente violado que se pretende proteger”.
A Lei 7.716, que tipifica a injúria racial, estabelece pena de dois a cinco anos de prisão.
A denúncia foi oferecida pela 8ª Promotoria de Justiça de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Agora, cabe a Justiça aceitar a acusação, tornando o atleta réu, ou rejeitar a denúncia do Ministério Público.
Entenda o caso
O jogador do América foi preso em flagrante na noite de domingo (4), após utilizar a expressão “preto do c******” contra o meia Allano, do Operário Ferroviário Esporte Clube, no Estádio Germano Kruger, em Ponta Grossa (PR).
A fala racista não foi registrada pelas câmeras da transmissão oficial, pois o jogador estava de costas no momento da agressão verbal. Ainda assim, a ofensa foi confirmada pela própria vítima e pelo capitão da equipe paranaense, o jogador Jacy, que presenciou o episódio.
Segundo as informações, Miguelito, Allano e Jacy foram encaminhados por policiais militares à sede da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa após o apito final da partida. O jogador do América-MG foi autuado em flagrante pelo crime de injúria racial, mas foi solto no dia seguinte.
Nesta terça-feira (6), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspendeu, de forma preventiva, o atleta do América-MG. A medida serve para afastar Miguelito dos gramados até que ele seja oficialmente julgado pela Corte.
O América-MG declarou apoio a Miguel Ángel Terceros Acuña. De acordo com o clube, as acusações que associam seu nome à conduta de cunho racista é infundada.
Em nota divulgada nas redes sociais, o Operário Ferroviário Esporte Clube disse repudia com veemência qualquer ato de racismo. O clube disse ainda que busca as imagens e demais elementos que possam confirmar os fatos.
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