A Dinamarca anunciou nesta quarta-feira, 7, que convocará o embaixador dos Estados Unidos em Copenhague para prestar esclarecimentos sobre o suposto aumento da espionagem dos EUA à Groenlândia, como revelou uma reportagem do jornal americano The Wall Street Journal na véspera. Com o retorno à Casa Branca, em 20 de janeiro, o presidente Donald Trump prometeu que “(a questão da) Groenlândia será resolvida”, em referência aos planos de comprar o território administrado pelo governo dinamarquês.
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen, disse que o relato “preocupa muito, porque não espionamos entre amigos”, apesar de ter ponderado: “Não sei se é verdade porque está em um jornal. Mas não parece ser fortemente rejeitado por aqueles que se manifestam”. Funcionários do alto escalão, sob comando da diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, instruíram agências a “aprender mais sobre o movimento de independência da Groenlândia e as atitudes em relação à extração de recursos americanos na ilha”, segundo o jornal.
A reportagem também apontou que a mensagem confidencial pedia às “agências, cujas ferramentas incluem satélites de vigilância, interceptações de comunicações e espiões em terra, que identificassem pessoas na Groenlândia e na Dinamarca que apoiassem os objetivos dos EUA para a ilha”. Entre elas, estão a Agência Central de Inteligência (CIA), a Agência de Inteligência de Defesa (DAA) e a Agência de Segurança Nacional (NSA).
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Resposta do governo Trump
Em resposta, Gabbard afirmou que o jornal “deveria ter vergonha de ajudar atores que buscam minar o presidente por meio da politização e do vazamento de informações confidenciais”. De todo modo, a notícia aumenta as tensões entre EUA e Dinamarca, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental.
Em meio às ameaças de Trump, o país europeu repetiu em diversas ocasiões que o território não está disponível para venda ou anexação. O governo dinamarquês planeja investir US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8,6 bilhões) para proteger a Groenlândia. Parece não ser o suficiente para conter o ímpeto do republicano de tomar controle do local, como adiantou em entrevista à emissora americana NBC no domingo, 4.
“Não digo que vou fazer isso, mas não descarto nada”, pontuou Trump. “Precisamos muito da Groenlândia. A Groenlândia é um povo muito pequeno, do qual cuidaremos, e os estimaremos, e tudo mais. Mas precisamos disso para a segurança internacional.”
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