As ações norte-americanas subiram nesta quinta-feira (8) após o presidente Donald Trump anunciar, direto do Salão Oval, o que chamou de um acordo comercial “completo e abrangente” com o Reino Unido.
Segundo Trump, o pacto vai integrar o Reino Unido à “proteção de segurança” dos EUA. O presidente destacou benefícios mútuos para os dois países e afirmou que novas rodadas de discussões comerciais devem acontecer nos próximos dias.
“Isso abre um mercado tremendo para nós”, disse o presidente.
Trump agradeceu ao primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que discursou após sua fala. Starmer chamou o acordo de “um verdadeiro tributo à história” de cooperação entre as duas nações e lembrou que, há exatos 80 anos, Winston Churchill anunciou a vitória dos Aliados na Europa.
“O acordo de hoje é realmente histórico”, afirmou o premiê britânico.
Novos mercados
Trump destacou que o Reino Unido irá acelerar o processo alfandegário para produtos norte-americanos, prometendo que “não haverá burocracia”. Ele acrescentou que ainda há detalhes a serem definidos nas próximas semanas, mas classificou o acordo como “muito bom para ambos os países”.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que o tratado vai abrir novos mercados para exportadores americanos, especialmente nos setores de etanol e carne bovina, o que pode gerar bilhões de dólares em receita. Segundo ele, produtores de aço de ambos os países também devem se beneficiar.
“O Reino Unido quer fazer isso com a América para salvar milhares de empregos nos setores de aço e alumínio”, afirmou Lutnick. “Vocês podem trabalhar conosco.”
Primeiro acordo comercial
Este é o primeiro acordo comercial do tipo desde que o governo impôs tarifas há cinco semanas. Autoridades britânicas alertaram, no entanto, que o pacto não é um acordo comercial pleno e que alguns pontos ainda precisam ser finalizados.
O anúncio de Trump foi feito também em sua rede social, a Truth Social, e impulsionou o humor dos mercados. A notícia renovou esperanças de que o regime tarifário rígido prometido por Trump em abril não se concretize integralmente.
Reação do mercado
O índice S&P 500 já havia subido em 10 dos últimos 12 pregões, e registrava alta de 0,2% ao meio-dia (horário local) desta quinta, após ter avançado o dobro disso mais cedo.
Atualmente, o Reino Unido está sujeito a uma tarifa básica de 10%, além de tarifas de 25% sobre aço e automóveis. Mesmo como um acordo preliminar, os detalhes podem indicar se a Casa Branca está disposta a flexibilizar as tarifas de base nas negociações.
Bessent na China
Enquanto isso, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, viaja para se encontrar com o principal representante econômico da China, com o objetivo de destravar novas conversas comerciais com a segunda maior economia do mundo.
Autoridades também confirmaram negociações com Índia e Japão, e Trump tem viagem marcada ao Oriente Médio na próxima semana.
Europa ameniza tarifas dos EUA
Na Europa, a União Europeia ameaçou impor tarifas sobre mais de US$ 100 bilhões em produtos americanos, incluindo carros e aviões, caso as negociações comerciais fracassem.
No front monetário, o Banco da Inglaterra cortou os juros, indo na direção oposta ao Federal Reserve (Fed) dos EUA.
A autoridade monetária britânica afirmou que vai “se manter sensível à imprevisibilidade elevada do ambiente econômico”. Já o Fed alertou na quarta-feira que as tarifas aumentam os riscos de inflação e desemprego.
Impacto nas montadoras
Na indústria automobilística, a japonesa Toyota afirmou que as tarifas devem gerar um impacto de US$ 1,2 bilhão em apenas dois meses. A norte-americana Ford, que retirou sua previsão de resultados nesta semana, elevou os preços de três veículos populares na quarta-feira.
Traduzido do inglês por InvestNews
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