O cardeal Robert Prevost fez história nesta quinta-feira, 8, ao ser eleito o primeiro papa americano. Espera-se que Leão XIV, como escolheu ser chamado, siga a mesma linha do pontificado de Francisco, que faleceu em 21 de abril, aos 88 anos. Os dois, no entanto, apresentam semelhanças e diferenças, como as vestes e lema de Leão evidenciaram. Entre os temas espinhosos, eles também mostram, ainda que de maneira singela em alguns deles, posturas díspares. Veja abaixo a posição do novo pontífice em diferentes assuntos.
Comunidade LGBTQIA+
Em 2012, Prevost lamentou que a mídia ocidental e a cultura promovessem “simpatia por crenças e práticas que estão em desacordo com o Evangelho”. Na ocasião, ele também tratou sobre o “estilo de vida homossexual” e “famílias alternativas compostas por parceiros do mesmo sexo e seus filhos adotivos”.
“A oposição aberta ao cristianismo por parte da mídia de massa é apenas parte do problema. A simpatia por escolhas de estilo de vida anticristãos que a mídia de massa promove é tão brilhante e habilmente arraigada que, quando as pessoas ouvem a mensagem cristã, ela parece cruel em contraste com a aparente humanidade da perspectiva anticristã”, disse ele, há mais de uma década.
Mas foi quando assumiu como bispo em Chiclayo, cidade no noroeste do Peru, que endureceu o discurso, ao se opor à educação sexual nas escolas e à ideologia de gênero — essa última definida por ele “como confusa, porque busca criar gêneros que não existem”.
Polarização e mudança climática
O pontífice fez declarações pedindo à Igreja assumisse uma postura mais dura em relação à destruição do planeta Terra. Em novembro, ele advertiu que “o domínio sobre a natureza” não deve ser “tirânico”. Em outra ocasião, Leão também se mostrou crítico da polarização, alertando que “se tornou o modus operandi de uma sociedade que, em vez de buscar a unidade como princípio fundamental, vai de extremo a extremo”.
“As ideologias adquiriram maior poder do que a experiência real da humanidade, da fé, dos valores concretos pelos quais vivemos”, concluiu.
Abusos na Igreja
Em meio às denúncias de abuso na Igreja Católica, Prevost destacou a “urgência” e “responsabilidade de acompanhar as vítimas”. Ele também fez um apelo: “não podemos fechar os nossos corações, a porta da Igreja, às pessoas que sofreram abusos”. Trata-se do mesmo posicionamento de Francisco, que se encontrou com homens e mulheres que foram abusados durante visita à Portugal em 2023,
“Acredito que faz parte da missão do nosso dicastério acompanhar os bispos que não receberam a preparação necessária para lidar com esta questão. É urgente e necessário que sejamos mais responsáveis e mais sensíveis a isso”, disse. “De qualquer forma, o silêncio não é a resposta. O silêncio não é a solução. Devemos ser transparentes e honestos, devemos acompanhar e ajudar as vítimas, porque, caso contrário, suas feridas jamais cicatrizarão. Há uma grande responsabilidade nisso, para todos nós.”
Questão das mulheres e imigração
Ao contrário de outros papáveis, Leão é crítico à ordenação de mulheres. Em declarações a repórteres, ele defendeu que “algo que também precisa ser dito é que ordenar mulheres — e algumas mulheres disseram isso de forma bastante interessante — ‘clericalizar mulheres’ não resolve necessariamente um problema, pode criar um novo problema”.
Assim como Francisco, ele destaca a importância de uma Igreja que acolha pobres e os migrantes. Em entrevista ao Vatican News, portal do Vaticano, o então cardeal afirmou no ano passado que “o bispo não deve ser um pequeno príncipe sentado em seu reino”, mas que era “chamado autenticamente a ser humilde, a estar próximo das pessoas a quem serve, a caminhar com elas, a sofrer com elas”.
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