O papa Leão XIV realizou sua primeira reunião com cardeais da Igreja Católica na manhã deste sábado, 10, e sinalizou que continuará o legado de seu antecessor, Francisco. O novo pontífice ressaltou a importância do trabalho feito pelo argentino, citando seu “diálogo corajoso e confiante com o mundo contemporâneo em seus diversos componentes e realidades”.
O americano agradeceu o apoio dos altos clérigos e pediu para que os colegas renovem o compromisso com as reformas da Igreja Católica instituídas na década de 1960, iniciativas instituídas no Concílio Vaticano II e que eram medidas acolhidas por Francisco. As principais medidas incluem a celebração de missas em línguas locais em vez do latim, além de promover o diálogo com outras religiões. “Vocês, queridos cardeais, são os colaboradores mais próximos do papa, e é um grande conforto para mim aceitar um jugo que está claramente muito além das minhas forças, assim como das de qualquer outra pessoa”, afirmou Robert Francis Prevost no começo da reunião no Vaticano.
No encontro, o católico também esclareceu sua escolha pelo nome Leão XIV, confirmando se tratar de uma homenagem ao último pontífice que optara pelo título, Leão XIII (1810-1903), o italiano Gioacchino Vincenzo Raffaele Luigi Pecci, que ficou conhecido principalmente por sua preocupação com problemas sociais.
“Na verdade, são várias as razões, mas a principal é porque o papa Leão XIII, com a histórica encíclica ‘Rerum novarum’, abordou a questão social no contexto da primeira grande Revolução Industrial; e, hoje, a Igreja oferece a todos a riqueza de sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”, afirmou Leão XIV.
Gioacchino Vincenzo Raffaele Luigi Pecci marcou sua época ao iniciar a tradição da moderna doutrina social da Igreja Católica. Num momento de intensa industrialização e urbanização, ele buscou se distanciar do socialismo revolucionário, defendendo a livre iniciativa e a propriedade privada. Mas também se colocou ao lado dos trabalhadores, exigindo que tivessem salários justos, boas condições de trabalho e direito à formação de sindicatos.
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