O músico britânico Pete Townshend, 79, do The Who, disse acreditar que teria sido mais feliz se tivesse deixado o grupo antes da fama e seguido sua paixão pelas artes plásticas.
O astro, que fundou uma das bandas mais importantes da história do rock em 1964, explicou que, antes de conquistar sucesso, estava fazendo um curso universitário que defendia a arte como uma ferramenta de transformação social. Por isso, enxergava o trabalho com o The Who como algo inferior.
“Sempre sinto que deveria de ter saído antes da banda ficar famosa e ter me tornado um artista. Acho que teria sido mais feliz. Eu estava profundamente envolvido em um curso universitário sobre como a arte teria uma função revolucionária. Então eu sentia que o The Who era meio bobo, talvez um pouco abaixo de mim, infelizmente”, confessou ele ao jornal Daily Mail.
Questionado se sua visão mudou ao longo dos anos, o guitarrista brincou: “Sinto o mesmo. Acho que eles estão abaixo de mim.”
O cantor admitiu que suas declarações não agradam ao vocalista da banda, Roger Daltrey, 81, com quem ele ainda divide o palco. “Roger e eu conversamos sobre isso. Às vezes, ele acha que eu deveria ser mais grato… Eu deveria ter saído, acho. Tudo bem. Não lamento sentir isso. É só que houve uma vida que eu poderia ter tido e que acabei perdendo.”
Pete disse ainda que nunca imaginou que a banda duraria tanto tempo. “Esperava que o The Who se autodestruísse em seis meses. Por isso, me jogava nas apresentações de forma imprudente. Eu me machucava no palco. Quebrava guitarras que mal podia pagar. Mas o meu manifesto pessoal era absoluto: ‘Este é um momento breve na história da música. Isso não vai virar… Bem, virar o que virou.”
Apesar de seus sentimentos, o astro confessou que há momentos em que se sente “um gênio”.
“Vou continuar enquanto sentir vontade. Às vezes, estamos no palco e começo a pensar: ‘que p**** estou fazendo aqui?’. Então os primeiros acordes complicados de ‘Baba O’Riley’ começam e eu penso: ‘sou um gênio do c*****. Eu deveria estar aqui, porque essa é a minha música’. As pessoas dizem que sou bem pago por fazer um trabalho do qual gosto. Sou bem pago, mas não gosto. Não gosto de estar na estrada. Não gosto de estar no palco. Isso não significa nada para mim. Me faz parecer falso.”
Ainda assim, o compositor disse que nem tudo é negativo. “O dinheiro é ótimo”, admitiu.
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