Irmãos Batista desistem de negociações por certos ativos do Banco Master, dizem fontes

Joesley e Wesley Batista, da JBS, não estão mais em negociações para adquirir certos ativos do Banco Master, em meio a persistentes dúvidas sobre a estabilidade financeira da instituição, segundo pessoas a par do assunto.

O Banco Master está no centro de turbulências no mercado brasileiro desde que anunciou uma fusão com o BRB, alimentando preocupações do Banco Central e de outras instituições financeiras de que eventuais problemas de liquidez pudessem exigir uma intervenção mais ampla.

A J&F, holding da família Batista, vinha conversando com o proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, sobre ativos que incluíam uma participação na mineradora Itaminas, mas acabou considerando o negócio arriscado demais, disse uma das fontes.

Os ativos em discussão agora deverão ser oferecidos separadamente a outros compradores, e não em um pacote único, acrescentou outra pessoa.

Banco Master e J&F não responderam de imediato a pedidos de comentário. No início do mês, o jornal O Globo noticiou que os Batista estavam em negociações avançadas por esses ativos.

Recentemente, o Banco Master solicitou formalmente uma linha de crédito ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para ajudar a rolar sua dívida, segundo a imprensa local. Esse pedido deve estender o prazo dado pelo Banco Central para analisar a operação com o BRB, acrescentou uma das fontes. O Banco Central não quis comentar e o FGC não respondeu de imediato.

Os Batista aguardavam sinais mais claros dos reguladores e do próprio banco sobre como os problemas de liquidez seriam resolvidos antes de concluir um acordo que vinha sendo negociado havia mais de um mês, disse uma fonte. O Banco Central quer uma solução que encerre todas as questões do Master de uma só vez, ela acrescentou.

Por Rachel Gamarski e Gerson Freitas Jr.