19 de maio de 2025

Em rebaixamento geral, clube dos países com nota de crédito “AAA” está diminuindo

O grupo de governos cujos títulos recebem a nota de crédito mais alta ficou menor, depois que os Estados Unidos tiveram sua recomendação rebaixada pela agência Moody’s.

Na sexta-feira (16), a agência rebaixou a nota dos EUA em um grau, indo de “AAA” para “AA1”. Os motivos foram o aumento da dívida e a elevação dos juros, o que refletiu a preocupação crescente com as grandes economias.

Veja a seguir o que está em jogo:

O que é uma recomendação AAA e por que ela é importante?

Tudo se resume a dinheiro. A nota de crédito é um guia que indica o risco que a compra de dívidas representa para os investidores.

Agências independentes examinam as métricas de um possível vendedor de títulos para avaliar sua capacidade de crédito e determinar a probabilidade de esse emissor não pagar sua dívida.

O rebaixamento destaca a crescente preocupação com a trajetória fiscal dos EUA e levou a uma certa pressão de alta nos rendimentos dos títulos de longo prazo, mas analistas não esperam uma venda acentuada dos ativos dos EUA.

O impacto sobre a forma como os bancos usam os títulos do governo, por exemplo, como garantia, não deve ser significativamente afetado, acrescentam.

Entretanto, os rebaixamentos de ratings podem ser simbólicos, como foram durante a crise financeira global e a crise da dívida da zona do euro.

O rebaixamento dos EUA é potencialmente mais significativo porque já aumentou a preocupação com a política comercial norte-americana e com o status do dólar como moeda de reserva global.

Quais governos têm nota de crédito “AAA”?

O clube do “AAA” vem diminuindo há anos.

Com a perda da última nota “AAA” remanescente pelos EUA, o grupo de países com as classificações mais altas das três maiores agências é de 11, contra mais de 15 antes da crise financeira de 2007-8.

Suas economias representam um pouco mais de 10% da produção global total.

Na Europa, Alemanha, Suíça e Holanda são as economias com as notas mais altas.

Em outros lugares, Canadá, Cingapura e Austrália estão na lista.

Qual é a nota dos EUA agora?

Os EUA ainda têm a segunda nota mais alta, “AA1”.

A Moody’s foi a última das três grandes agências, depois da S&P Global e da Fitch, a rebaixar a recomendação dos EUA, a única vez que o fez desde 1949.

A S&P foi a primeira agência a cortar, em 2011, pela primeira vez desde que concedeu aos EUA sua recomendação “AAA” em 1941. A Fitch veio em seguida, em 2023.

Por que as grandes economias estão sendo rebaixadas?

O aumento da dívida pública e a preocupação de que não está sendo feito o suficiente para resolver os problemas fiscais de longo prazo têm levado aos rebaixamentos.

O governo dos EUA, por exemplo, gastou mais dinheiro do que arrecadou todos os anos desde 2001, levando a déficits orçamentários anuais e a uma dívida de cerca de US$ 36 trilhões.

O governo gastou US$ 881 bilhões em pagamentos de juros no ano fiscal mais recente, mais do que o triplo do valor gasto em 2017. Os custos de empréstimos excedem os gastos com defesa.

Outras grandes economias também enfrentam o aumento das dívidas devido ao envelhecimento da população, às mudanças climáticas e às necessidades de gastos com defesa. O Reino Unido tem uma relação dívida/PIB próxima de 100% e a do Japão está acima de 250%.

O que é uma agência de classificação de risco?

A agência de classificação de risco avalia a qualidade de crédito de um emissor, que pode ser um país ou uma empresa, e atribui uma nota de crédito aos títulos que ele emite.

Normalmente, os ratings usam um sistema de letras que vai de AAA, para emissores efetivamente livres de risco, a D, para um emissor ativamente inadimplente.

Quanto mais alta a recomendação de crédito, menor o prêmio que os investidores exigem para manter esses títulos e, portanto, menor a taxa de juros que o emissor paga sobre essa dívida.

As agências avaliam fatores que incluem dívidas, projeções de crescimento econômico e a força de instituições independentes.

Tradicionalmente, as três principais agências de classificação de risco – Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch – dominam o mercado. Outras, incluindo a Morningstar, a DBRS e a Scope, ganharam mais destaque na última década.

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