Em seguida, Netanyahu afirmou que “não devemos deixar que a população caia na fome, nem por razões práticas, nem por razões diplomáticas”. A mensagem foi vista como uma explicação à decisão de anunciar, no domingo, a entrada limitada de ajuda humanitária à região, visto que ele explicou também que “os amigos” de Israel disseram que não tolerariam “imagens de fome em massa”.
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A entrega de ajuda humanitária se dá em meio à crescente pressão da comunidade internacional em relação. No sábado, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, fez um apelo para “redobrar nossa pressão sobre Israel para interromper o massacre em Gaza”, enquanto o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou que era preciso “dizer ‘basta’ ao governo israelense”.
Em 2 de março, Israel impôs um bloqueio total a Gaza, impedindo a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e outros suprimentos ao território onde vivem mais de 2 milhões de palestinos. Diversas agências de ajuda humanitária alertaram que o bloqueio está levando o devastado sistema de saúde de Gaza a um colapso.
A população da Faixa de Gaza, composta por 2,3 milhões de pessoas antes da guerra, está em “risco crítico” de fome e enfrenta “níveis extremos de insegurança alimentar”, segundo relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), apoiada por agências das Nações Unidas, grupos de ajuda e governos.
O documento indicou que a trégua, que durou de janeiro a março, “levou a um alívio temporário” em Gaza, mas as novas hostilidades israelenses “reverteram” as melhorias. Cerca de 1,95 milhão de pessoas, ou 93% da população de Gaza, vivem níveis de insegurança alimentar aguda. Desse número, mais de 244 mil enfrentam graus “catastróficos”.
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A fome generalizada, segundo a pesquisa, é “cada vez mais provável” no território. No momento, meio milhão de palestinos, um em cada cinco, estão famintos em Gaza.
As negociações para um cessar-fogo continuam, com Israel buscando uma trégua temporária para a libertação de reféns, enquanto o Hamas exige a retirada completa das forças israelenses e o fim da guerra como parte de qualquer acordo. O Ministério da Saúde de Gaza estima que mais de 53.000 palestinos foram mortos desde o início do conflito em outubro de 2023.
A frustração em Israel tem aumentado. Um número pequeno, mas crescente, de israelenses se recusa a comparecer ao serviço militar, correndo até mesmo o risco de prisão. Outros israelenses têm exibido fotos de crianças mortas em Gaza durante manifestações semanais exigindo um acordo para libertar todos os reféns e pôr fim à guerra.
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