Depois de gastar quase US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 1,56 bilhão) para apoiar a campanha presidencial de Donald Trump e outros republicanos em 2024, Elon Musk disse nesta terça-feira, 20, que pretende “gastar muito menos” em seus investimentos políticos nos próximos anos. O bilionário, que se tornou um dos maiores doadores individuais da história dos Estados Unidos, afirmou que voltará suas atenções ao comando da Tesla e ao fortalecimento de suas empresas.
“Já fiz o suficiente”, disse Musk durante uma participação no Fórum Econômico do Catar, nesta terça-feira, 20. Embora tenha deixado aberta a possibilidade de voltar a doar futuramente, sua prioridade agora é “ter controle razoável sobre a Tesla”, afirmou.
“Em termos de gastos políticos, farei muito menos no futuro”, acrescentou o bilionário.
O recuo acontece em meio a um cenário de queda nas vendas da montadora e de insatisfação entre investidores com o tempo que Musk tem dedicado à política desde que assumiu um cargo de destaque no governo Trump, à frente do controverso Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), criado para cortar custos na máquina pública.
Apesar do entusiasmo inicial do mercado com o retorno de Trump à Casa Branca, o envolvimento direto de Musk no governo e sua visibilidade como principal financiador do Partido Republicano impulsionaram protestos contra suas empresas, especialmente a Tesla. O resultado foi uma queda de 13% nas entregas globais de veículos no primeiro trimestre deste ano e uma desvalorização de cerca de 20% nas ações da companhia desde janeiro.
Mesmo fora da campanha presidencial, Musk também financiou uma das disputas judiciais mais caras da história americana: a eleição para a Suprema Corte de Wisconsin, onde investiu mais de US$ 20 milhões a favor do conservador Brad Schimel. O esforço, no entanto, foi em vão, já que a democrata Susan Crawford venceu com folga.
Dentro da Casa Branca, a decisão de Musk não foi levada a sério. Fontes próximas ao governo afirmaram à Reuters que ele continuará atuando nos bastidores como conselheiro informal. A avaliação interna é de que o bilionário está tentando conter o desgaste político que tem respingado nos negócios.
Com a imagem cada vez mais polarizada — uma pesquisa recente da Reuters/Ipsos mostrou que 58% dos americanos têm uma visão negativa de Musk, com rejeição esmagadora entre democratas —, o empresário tenta reequilibrar suas prioridades. No mês passado, comunicou aos investidores que reduziria seu tempo no Doge para um ou dois dias por semana e reafirmou sua permanência na liderança da Tesla por pelo menos mais cinco anos.
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