30 de maio de 2025

Ex-primeiro-ministro de Israel diz que país comete…

O ex-primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse nesta terça-feira, 27, que o país comete crimes de guerra na Faixa de Gaza. Em artigo de opinião publicado no jornal israelense Haaretz, ele afirmou que “o governo de Israel está atualmente travando uma guerra sem propósito, sem metas ou planejamento claro e sem chances de sucesso” e que, como consequência, “milhares de palestinos inocentes estão sendo mortos, assim como muitos soldados israelenses”.

“Nunca, desde sua criação, o Estado de Israel travou uma guerra como essa. A gangue criminosa liderada por Benjamin Netanyahu também estabeleceu um precedente sem igual na história de Israel nessa área”, criticou Olmert, que ocupou o posto de 12º primeiro-ministro israelense entre 2006 e 2009.

Antigo membro do mesmo partido de Netanyahu, o Likud, ele também destacou que as “vítimas inúteis entre a população palestina” haviam atingido “proporções monstruosas” nas últimas semanas, resultado do aumento da violência da campanha militar de Israel no território. Olmert escreveu que “as operações recentes em Gaza não têm nada a ver com objetivos legítimos de guerra”, acrescentando: “Esta é agora uma guerra política privada. Seu resultado imediato é a transformação de Gaza em uma área de desastre humanitário”.

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‘Guerra de devastação’

Além disso, o político de 79 anos disse que frequentemente argumentava que “em nenhum caso um funcionário do governo deu ordens para atingir civis de Gaza indiscriminadamente”, mas que sua perspectiva havia mudado: “Sim, Israel está cometendo crimes de guerra”, pontuou.

“O que estamos fazendo em Gaza agora é uma guerra de devastação: assassinatos indiscriminados, ilimitados, cruéis e criminosos de civis. É o resultado de uma política governamental – ditada de forma consciente, perversa, maliciosa e irresponsável”, concluiu ex-premiê.

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A população da Faixa de Gaza, composta por 2,3 milhões de pessoas antes da guerra, está em “risco crítico” de fome e enfrenta “níveis extremos de insegurança alimentar”, apontou um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), apoiada por agências das Nações Unidas, grupos de ajuda e governos.

O documento indicou que o cessar-fogo, que durou de janeiro a março, “levou a um alívio temporário” em Gaza, mas as novas hostilidades israelenses “reverteram” as melhorias. Cerca de 1,95 milhão de pessoas, ou 93% da população de Gaza, vivem níveis de insegurança alimentar aguda. Desse número, mais de 244 mil enfrentam graus “catastróficos”. A fome generalizada, segundo a pesquisa, é “cada vez mais provável” no território. No momento, meio milhão de palestinos, um em cada cinco, estão famintos em Gaza.

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