O Tinder, aplicativo que revolucionou o namoro online para a geração Y, não está funcionando com a Geração Z. E seu novo líder quer mudar isso. O plano dele? Acabar com a reputação do Tinder como um app usado principalmente para encontros casuais.
“Pense no Tinder como um bar onde as pessoas se reúnem para conhecer gente nova”, disse Spencer Rascoff, CEO do Match Group, empresa controladora do Tinder, em uma entrevista. “Precisamos inovar para atrair novos clientes.”
Com apenas alguns meses de experiência no comando do Match, Rascoff anunciou na semana passada que também assumiria o cargo máximo no Tinder. Faye Iosotaluno, nomeada CEO do Tinder no ano passado, escreveu no LinkedIn que deixaria o cargo em julho.
Rascoff, de 49 anos, expôs sua visão para o aplicativo em um memorando interno na noite de terça-feira. Ele pediu à equipe que acelere as mudanças nos novos produtos, utilize a inteligência artificial e incorpore recursos que aumentem a segurança do usuário. Os funcionários devem se concentrar em melhorar a experiência das pessoas no aplicativo, mesmo às custas da receita de curto prazo, disse ele.
“Os usuários não querem mais matches, eles querem matches melhores”, escreveu Rascoff no memorando visto pelo The Wall Street Journal.


Mudanças no Tinder
A equipe do Tinder também está criando maneiras mais tranquilas para as pessoas se conhecerem no aplicativo, com o objetivo de conquistar a Geração Z.
Um exemplo: o Tinder vem testando um recurso de “encontros duplos” na Europa, no qual os usuários podem combinar encontros com amigos e com outros pares.
“Os primeiros resultados têm sido animadores, e a novidade será lançada globalmente no Tinder neste ano ainda”, disse Rascoff.
Rascoff disse que ajustar o Tinder, que representa mais da metade da receita do Match, é uma de suas maiores prioridades.
“Esta Geração Z, de 18 a 28 anos, não é uma geração de encontros casuais. Eles não bebem tanto álcool, não fazem tanto sexo”, disse ele a investidores este mês. “Precisamos adaptar nossos produtos para aceitar essa realidade.”
Rascoff, cofundador e ex-CEO do portal de anúncios de imóveis Zillow Group, deverá explicar melhor sua visão para os outros aplicativos do Tinder e do Match, como o Hinge, em uma entrevista no palco do evento Future of Everything do Journal, em Nova York.
Mudança no namoro
Quando o Tinder estreou, há quase 13 anos, o aplicativo mudou o namoro online. Com um simples deslizar, os usuários podiam expressar interesse em um match.
A geração Y aderiu ao aplicativo e o crescimento disparou. O Tinder se tornou um dos principais aplicativos de namoro em dezenas de países ao redor do mundo.
Ghosting
Mas o crescimento dos aplicativos de namoro durante a pandemia diminuiu desde então, e os usuários da Geração Z parecem mais céticos em relação aos encontros online.
Alguns jovens se cansaram de deslizar, lamentando o aumento de comportamentos desagradáveis, como “ghosting” ou contas falsas. Outros simplesmente preferem conhecer pessoas em encontros presenciais, como em clubes de corrida.
O Match vem enfrentando a pressão de investidores ativistas para aumentar as vendas e retomar seu crescimento. A empresa anunciou este mês que cortaria 13% de seus funcionários, ou cerca de 325 colaboradores, uma medida que prevê uma economia de US$ 100 milhões por ano. Os cortes também reduzirão os níveis de gestão, incluindo cerca de um em cada cinco gerentes no geral.
A abordagem menos burocrática se estende ao Tinder.
Rascoff disse que quer que os funcionários que trabalham no Tinder operem em pequenos grupos de produtos em vez de grandes equipes. “Equipes pequenas são mais ágeis do que as grandes”, escreveu ele no memorando, “e podem inovar rapidamente com responsabilidade”.
Traduzido do inglês por InvestNews
Presented by
More Stories
Imposto de Renda 2025: Veja o que fazer se o valor da restituição não apareceu na conta
Taylor Swift compra de volta seus primeiros álbuns após anos de cruzada
CVM aprova dupla listagem da JBS no Brasil e nos EUA