De volta ao trono: Elon Musk é o magnata que se gaba de dormir em salas de reunião

Elon Musk está pronto para focar toda a sua obsessão em suas empresas novamente. A Tesla está prestes a lançar seus primeiros robotaxis, a SpaceX está tentando lançar uma nave espacial para Marte e a xAI está correndo para desenvolver inteligência artificial de nível humano antes que a concorrência o faça primeiro.

“Voltando a passar 24 horas por dia, 7 dias por semana no trabalho e dormir em salas de reuniões e nas fábricas”, postou ele no X. “Preciso estar totalmente focado no X e na Tesla.”

Foco maníaco

Elon Musk é conhecido por seu foco maníaco em tudo o que está à sua frente e, durante anos, dedicou seu tempo a tentar desenvolver tecnologias complexas em seu império empresarial. As empresas para as quais ele está retornando ainda enfrentam esses desafios arrebatadores, mas agora precisam fazê-lo com Elon Musk como a figura profundamente polarizadora na qual ele se transformou.

No lançamento do Starship da SpaceX ele parecia concentrado nos detalhes da missão, vestindo sua camiseta “Occupy Mars” (ou “Ocupar Marte”) durante entrevistas e quando esteva em uma instalação de controle de voo da empresa perto de Brownsville, Texas. Não havia nenhum boné com a inscrição “Make America Great Again” à vista.

Musk anunciou que estava se afastando de seu trabalho no DOGE (sigla em inglês para Departamento de Eficiência Governamental), um projeto de quatro meses para reduzir gastos do governo que prometia até US$ 2 trilhões em cortes e que, na realidade, realizou apenas uma pequena fração disso.

Ainda assim, muitos aliados do presidente Trump consideraram o trabalho de Musk uma ação corajosa para eliminar o desperdício nos gastos federais, e outros defensores do orçamento estão dando continuidade ao trabalho.

Somado aos US$ 300 milhões que Elon Musk gastou em disputas republicanas no último ciclo eleitoral, Musk se tornou um dos doadores políticos mais poderosos dos EUA, ao mesmo tempo em que introduziu novas incertezas em seu império empresarial de cinco empresas, incluindo três nas quais ele ocupa o cargo de CEO.

Sucessão na Tesla

Na Tesla, os danos à fabricante de veículos elétricos são claros, evidenciados por uma queda acentuada nas vendas nos EUA e na Europa, o que, segundo analistas, reflete a aversão dos compradores de automóveis ao papel controverso de Elon Musk no governo Trump.

Segundo uma reportagem do The Wall Street Journal, na ausência de Musk, membros do conselho da Tesla entraram em contato com empresas de recrutamento de executivos para trabalhar em um processo formal de planejamento da sucessão de CEOs.

O status atual do planejamento da sucessão não pôde ser apurado. Não ficou claro se Musk, que também é membro do conselho da Tesla, estava ciente da ação ou se sua promessa de passar mais tempo na Tesla afetou o planejamento da sucessão, informou o Journal.

Após a publicação, o presidente da Tesla negou que o conselho tenha contatado empresas para iniciar uma busca por CEOs e disse que o conselho estava confiante na capacidade de Musk de executar um plano de crescimento promissor.

Na mesma época, o conselho pressionou Elon Musk a dedicar mais tempo à Tesla e o incentivou com a promessa de um novo pacote de remuneração.

A capitalização de mercado da Tesla atingiu US$ 1,5 trilhão após a eleição de Trump, antes de perder mais da metade de seu valor à medida que Musk se envolvia mais com o governo.

A empresa voltou a subir acima de US$ 1 trilhão com a notícia do retorno de Elon Musk, com os investidores esperançosos de que ele concretizará sua visão há muito prometida de um futuro robótico.

Vendas da Tesla

Em junho, a Tesla planeja lançar um novo serviço de transporte por aplicativo para veículos autônomos em Austin, Texas. E Elon Musk já alardeou testes em estrada com carros autônomos Model Y sem ninguém no banco do motorista, afirmando que “não houve incidentes”.

A Tesla deve ter uma nova onda de crescimento. Embora a empresa de Elon Musk continue sendo a fabricante de veículos elétricos mais vendida nos EUA, as vendas estão caindo e sua participação de mercado está diminuindo. Em abril, as vendas europeias da Tesla caíram pelo quarto mês consecutivo, ficando atrás da rival chinesa BYD pela primeira vez.

Foguete de Elon Musk

Os desafios de Musk vão além da Tesla.

A SpaceX está correndo para desenvolver o Starship, um foguete que Musk quer usar para enviar pessoas a Marte — algum dia — e com o qual a NASA conta para missões em breve. Musk não tem se esquivado de quão difícil será atingir seus objetivos.

“O Starship é um projeto muito, muito, muito difícil”, disse ele ao The Wall Street Journal em uma entrevista de 2021.

A empresa está tentando preparar o Starship para uma missão de teste não tripulada a Marte em 2026, quando a Terra e o planeta vermelho estarão mais próximos um do outro.

Não está claro se o veículo estará pronto, dados os desafios inerentes de lançar uma nave espacial a dezenas de milhões de quilômetros da Terra e após contratempos recentes, incluindo explosões consecutivas no início deste ano.

O lançamento mais recente do Starship não atingiu um objetivo fundamental estabelecido por Musk: testar placas projetadas para proteger a nave espacial do calor e das forças intensas durante seu retorno à Terra.

Antes do voo, Musk disse a Tim Dodd, do site Everyday Astronaut, que a realização desses testes era a parte mais importante da missão.

A nave espacial chegou ao espaço, mas a SpaceX perdeu o controle e não conseguiu ver o desempenho das placas.

NASA

A empresa sediada no Texas, avaliada em US$ 350 bilhões no ano passado, detém posições de destaque em outras linhas de negócios, incluindo sua frota de foguetes Falcon parcialmente reutilizáveis ​​e a Starlink, uma rede com mais de 7.500 satélites de internet.

Ela utilizou essas tecnologias para estreitar laços com a NASA, o Pentágono e agências de inteligência dos EUA. A empresa ainda deve lançar um satélite GPS para as forças armadas.

Superinteligência digital

Musk juntou recentemente o X, sua plataforma de mídia social, com seu negócio xAI, na tentativa de superar rivais como a OpenAI na corrida para construir o que ele chama de “superinteligência digital“, ou inteligência artificial geral.

Recentemente, ele trabalhou nos bastidores — sem sucesso — para garantir que sua empresa de IA fosse incluída em um grande negócio no Oriente Médio, informou o Journal. Enquanto isso, a empresa combinada está tentando ampliar o alcance de seu chatbot Grok, firmando parcerias de grande importância, incluindo uma com a Microsoft.

Traduzido do inglês por InvestNews

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