5 de junho de 2025

Sem acordo em Istambul, Zelensky quer escalada nas…

As negociações entre representantes da Rússia e da Ucrânia, realizadas nesta segunda-feira em Istambul, chegaram ao fim pouco mais de uma hora após seu início — muito antes do tempo previsto.

A expectativa era de que as conversas se estendessem ao longo do dia, com foco em um possível cessar-fogo e em propostas para uma solução duradoura para o conflito.

A pressão internacional cresceu nos últimos dias, especialmente por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que Washington poderia deixar de atuar como mediador caso não haja progresso efetivo nas tratativas.

Enquanto isso, em Vilnius, na Lituânia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy participou de uma cúpula e fez declarações contundentes sobre o papel da comunidade internacional na contenção da agressão russa.

Ele defendeu a imposição de novas sanções contra Moscou, especialmente no setor petrolífero, como forma de limitar a capacidade bélica do Kremlin.

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“Sem pressão, Putin continuará brincando com todos que desejam o fim desta guerra”, afirmou Zelenskyy. Ele disse esperar a libertação de mais prisioneiros de guerra e reiterou que “a chave para a paz duradoura é clara: o agressor não pode receber qualquer recompensa pela guerra”.

O presidente ucraniano alertou ainda para os riscos de se permitir que o presidente russo defina os rumos da segurança internacional. “Se Putin decidir quem pode ou não entrar na Otan, seu apetite por guerra só vai crescer”, disse.

Segundo ele, o objetivo deve ser eliminar completamente “a fome da Rússia por agressão”.

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Zelenskyy defendeu um “novo nível de pressão” caso as conversas em Istambul fracassem, com sanções coordenadas não apenas pela Europa, mas também por países do G7, incluindo os Estados Unidos. “É preciso agir com unidade”, concluiu.

A ofensiva russa na Ucrânia ganhou ritmo nos últimos meses, segundo uma análise da agência de notícias francesa AFP com base em dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), organização norte-americana que monitora o desenrolar dos combates.

De acordo com o levantamento, o Exército russo conquistou 507 quilômetros quadrados de território ucraniano em maio de 2025 — um aumento em relação aos 379 km² tomados em abril e aos 240 km² ocupados em março.

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A maior parte do avanço no mês passado se concentrou na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, que respondeu por cerca de 400 km² do total. Segundo o relatório, as forças ucranianas não reconquistaram nenhuma área em maio.

Nos últimos 12 meses, Moscou tem ampliado gradualmente o território sob seu controle, enquanto Kiev não conseguiu recuperar perdas significativas. Entre junho de 2024 e maio de 2025, a Rússia conquistou 5.107 km² — o equivalente a menos de 1% do território ucraniano anterior à guerra —, enquanto a Ucrânia retomou apenas 85 km².

Ao final de maio, as tropas russas controlavam total ou parcialmente cerca de 19% do território ucraniano de antes do conflito, incluindo a Crimeia e áreas do Donbas.

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