Ação contra dengue remove entulhos e combate leishmaniose em Campo Grande

Idoso com AVC e inquilinos não conseguiam manter a limpeza, e local acumulava entulho e resíduos

Ação contra dengue e leishmaniose remove entulhos de terreno — Coladoradores da Sisep realizando limpeza em um terreno na Vila Carvalho (Foto: Raíssa Rojas)

Entulho, folhas secas, diversos resíduos orgânicos e até uma geladeira foram retirados nesta quarta-feira (4) pela Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) de um terreno localizado na Rua Bernardo Franco Baís, no bairro Vila Carvalho. A movimentação chamou a atenção dos moradores, que enviaram a sugestão pelo canal Direto das Ruas.

Terreno com risco à saúde pública recebe quarta limpeza em Campo Grande. O local, na Vila Carvalho, acumulava entulho, lixo orgânico e até uma geladeira, representando um foco de doenças. A Sisep realizou a limpeza após solicitação da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais. O proprietário, um idoso de 71 anos com dificuldades de locomoção, e seus inquilinos, também idosos, não conseguiam manter a limpeza. A situação preocupava vizinhos devido à proliferação de ratos e ao risco de doenças. A Sisep prioriza limpezas em locais com moradores vulneráveis, mas a redução de pessoal limitou a frequência do serviço para uma vez por semana. A próxima limpeza está agendada para a Avenida Cândido Garcia de Lima, no Nova Lima.

No local mora Valter Prado, de 71 anos, que tem quatro inquilinos também idosos. O proprietário do terreno relatou que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e, devido às limitações físicas, não tem condições de realizar a limpeza do espaço. Segundo ele, os inquilinos também não conseguem manter o local limpo e, com o tempo, os resíduos foram se acumulando.

A ação de limpeza foi resultado da fiscalização feita pelos agentes de campo da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais , com o objetivo de combater vetores como o mosquito da dengue, o barbeiro (Doença de Chagas) e o mosquito transmissor da leishmaniose.

Durante visitas domiciliares, os agentes avaliam a situação dos imóveis e encaminham um ofício à Sisep solicitando caminhões, mão de obra e maquinário para a limpeza. A autorização para a limpeza deste terreno foi realizada em abril.

“Tem muita demanda. Quando recebemos vamos in loco fazer a vistoria para ver como está a parte social da pessoa, então colocamos em escala de prioridade”, explica Mário Márcio, chefe do serviço de Leishmaniose e Chagas. A ordem de atendimento é definida com base na condição social, estado de saúde e idade dos moradores. O serviço é subordinado à Coordenadoria de Vetores.

“É cheio de ratazanas. Já cheguei a jogar veneno. Dá raiva, mas depois dá dó. Isso traz doenças tanto para ele quanto para todos os vizinhos”, conta Márcio Aurélio, de 57 anos, morador da região. Ele é proprietário do terreno há quatro anos e afirma que a situação sempre foi a mesma.

Segundo o chefe do serviço de Leishmaniose e Chagas , o terreno já passou por três limpezas anteriormente. “Há locais em que precisamos ir mais vezes”, ressalta. Ele também explica que essas limpezas eram feitas três vezes por semana, mas com a redução no número de trabalhadores da Sisep e a redistribuição de demandas dentro do município, atualmente acontecem apenas uma vez por semana, sempre às quartas-feiras.

A agenda de limpezas para o mês de junho já está cheia. A próxima ação ocorrerá na próxima quarta-feira, na Avenida Cândido Garcia de Lima, no bairro Nova Lima.