A PetroReconcavo não quis casar com a então 3R Petroleum no ano passado — mas ficou com parte do dote mais valioso da relação. Nesta quarta-feira (5), a petroleira do Recôncavo Baiano anunciou a compra de 50% de ativos de gás natural da Brava Energia, empresa que herdou os campos onshore da 3R no Rio Grande do Norte. O valor da transação é de US$ 65 milhões.
O negócio garante à PetroReconcavo acesso à infraestrutura que, no início de 2024, sustentava a proposta de fusão entre as duas companhias: duas unidades de processamento de gás natural (uma em operação, outra hibernada), um gasoduto que interliga os campos das duas empresas e equipamentos auxiliares de compressão e armazenamento.
A operação seguirá sendo conduzida pela Brava, mas dentro de um acordo conjunto (Joint Operating Agreement), com um comitê operacional formado por representantes das duas partes. O pacote também inclui um contrato de fornecimento: a PetroReconcavo se compromete a vender gás natural para a Brava por seis anos, com volumes que chegam a 150 mil m³/dia entre 2026 e 2030.
Explica-se: a PetroReconcavo tem a concessão para extrair o gás, mas todo o processamento e transporte — os chamados midstream e upstream — era feito pela Brava, que cobrava por esses serviços. Com a nova estrutura, as duas viram sócias nesse pedaço da cadeia.
O pagamento será feito em quatro etapas: 10% já desembolsados; 25% condicionados à aprovação do Cade; 50% na data de fechamento da transação; e os últimos 15% vinculados à transferência imobiliária dos ativos. A PetroReconcavo avalia tomar um financiamento para cobrir até 100% do valor.
A negociação reforça a estratégia da companhia baiana de consolidar sua presença no onshore do Nordeste — e encerra um capítulo pendente: o ativo que simbolizava a sinergia com a antiga 3R agora faz parte, oficialmente, da operação da PetroReconcavo.
Depois que as negociações de fusão fracassaram, a 3R se uniu à Enauta e deu origem à Brava Energia, formalizada em agosto de 2024. À época, houve troca de farpas e um certo climão entre as empresas, como mostrou o InvestNews. Mas, como resumiu uma fonte próxima às duas companhias: “na hora do de fazer negócio, as mágoas vão-se embora”.
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