CPI depende disso para avaliar situação financeira do Consórcio, dois laudos apontam dados opostos

A fiscalização realizada na madrugada desta quinta-feira na garagem da Viação Campo Grande e Cidade Morena, revelou que a Prefeitura de Campo Grande não tem controle direto sobre os dados de bilhetagem dos ônibus do transporte coletivo. Segundo o vereador Maicon Nogueira, do PP, integrante da CPI do Transporte Público, os funcionários relataram que apenas o Consórcio Guaicurus detém as informações detalhadas, como o número de gratuidades e de passageiros pagantes.
A CPI do Transporte Público de Campo Grande busca esclarecer questões sobre o controle da bilhetagem dos ônibus após divergências nos depoimentos de servidores. A principal dúvida é se apenas o Consórcio Guaicurus detém o controle dos dados dos passageiros ou se a Prefeitura também tem acesso às informações. Durante fiscalização na Viação Campo Grande, verificou-se que há divergências nos dados financeiros do Consórcio, com um laudo apontando lucro de R$ 1,8 bilhão e outro indicando déficit de R$ 377 milhões. A CPI também investiga discrepâncias sobre a idade da frota e aguarda documentos sobre inspeção veicular realizada pela empresa Otimiza.
Durante a inspeção, o funcionário que acompanhou a equipe n Viação Campo Grande informou que existe um setor interno responsável pela bilhetagem, mas os dados armazenados no local se referem apenas à quantidade total de passageiros. A apuração detalhada, incluindo a distinção entre pagantes e gratuidades, estaria a cargo do setor de Tecnologia da Informação, que, segundo os relatos, funciona na sede do Consórcio.
O parlamentar afirmou que a CPI solicitou acesso formal a esses dados, mas até o momento os documentos não foram entregues. Maicon destacou que a comissão pretende fazer uma inspeção específica para verificar como é feito o cálculo das gratuidades diárias por ônibus. Ele também questiona se o pagamento é feito com base em médias estimadas a partir de anos anteriores, o que ainda não foi esclarecido.
Essas dúvidas ganham relevância após a primeira fase das oitivas da CPI, que ouviu servidores e ex-servidores da Agetran e da Agereg. Durante os depoimentos, houve divergência sobre quem detém efetivamente o controle dos dados da bilhetagem. Maicon afirmou que, pelos relatos obtidos até agora, não há clareza sobre se o poder público tem ou não algum tipo de acompanhamento dos números apresentados pelo Consórcio.
Segundo ele, os funcionários do setor de bilhetagem atuam apenas na conferência dos dados totais e na verificação do funcionamento dos aparelhos. Quando há falha nos validadores, é necessário trocar o ônibus por outro veículo disponível.
Outro ponto destacado pelo parlamentar é a documentação relativa à inspeção veicular, feita pela empresa terceirizada Otimiza, que ainda não foi analisada. A CPI também investiga divergências nos dados sobre a idade da frota. A Agereg afirma que 197 ônibus estariam fora do prazo máximo de uso, enquanto o Consórcio Guaicurus alega que esse número é de aproximadamente 100.
A comissão enfrenta ainda um impasse relacionado a dois laudos que avaliam a situação financeira do Consórcio. Um aponta lucro de R$ 1,8 bilhão, enquanto o outro indica um deficit de R$ 377 milhões, valor que, segundo o documento, a Prefeitura teria deixado de repassar à empresa.
Maicon ressaltou que a CPI conta com uma equipe técnica composta por procuradores, advogados, economistas e contadores, que analisam as informações recebidas diariamente. Ele destacou que novos desafios surgirão assim que chegarem os dados do estudo sobre o reequilíbrio financeiro solicitado pelo Consórcio Guaicurus.
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