6 de junho de 2025

Prefeitura não tem controle sobre bilhetagem de ônibus

CPI depende disso para avaliar situação financeira do Consórcio, dois laudos apontam dados opostos

Fiscalização não consegue descobrir quantos pagam no transporte coletivo
Ônibus de recolhe saindo da garagem da Viação Campo Grande. (Foto: Juliano Almeida)

A fiscalização realizada na madrugada desta quinta-feira na garagem da Viação Campo Grande e Cidade Morena, revelou que a Prefeitura de Campo Grande não tem controle direto sobre os dados de bilhetagem dos ônibus do transporte coletivo. Segundo o vereador Maicon Nogueira, do PP, integrante da CPI do Transporte Público, os funcionários relataram que apenas o Consórcio Guaicurus detém as informações detalhadas, como o número de gratuidades e de passageiros pagantes.

A CPI do Transporte Público de Campo Grande busca esclarecer questões sobre o controle da bilhetagem dos ônibus após divergências nos depoimentos de servidores. A principal dúvida é se apenas o Consórcio Guaicurus detém o controle dos dados dos passageiros ou se a Prefeitura também tem acesso às informações. Durante fiscalização na Viação Campo Grande, verificou-se que há divergências nos dados financeiros do Consórcio, com um laudo apontando lucro de R$ 1,8 bilhão e outro indicando déficit de R$ 377 milhões. A CPI também investiga discrepâncias sobre a idade da frota e aguarda documentos sobre inspeção veicular realizada pela empresa Otimiza.

Durante a inspeção, o funcionário que acompanhou a equipe n Viação Campo Grande informou que existe um setor interno responsável pela bilhetagem, mas os dados armazenados no local se referem apenas à quantidade total de passageiros. A apuração detalhada, incluindo a distinção entre pagantes e gratuidades, estaria a cargo do setor de Tecnologia da Informação, que, segundo os relatos, funciona na sede do Consórcio.

O parlamentar afirmou que a CPI solicitou acesso formal a esses dados, mas até o momento os documentos não foram entregues. Maicon destacou que a comissão pretende fazer uma inspeção específica para verificar como é feito o cálculo das gratuidades diárias por ônibus. Ele também questiona se o pagamento é feito com base em médias estimadas a partir de anos anteriores, o que ainda não foi esclarecido.

Essas dúvidas ganham relevância após a primeira fase das oitivas da CPI, que ouviu servidores e ex-servidores da Agetran e da Agereg. Durante os depoimentos, houve divergência sobre quem detém efetivamente o controle dos dados da bilhetagem. Maicon afirmou que, pelos relatos obtidos até agora, não há clareza sobre se o poder público tem ou não algum tipo de acompanhamento dos números apresentados pelo Consórcio.

Segundo ele, os funcionários do setor de bilhetagem atuam apenas na conferência dos dados totais e na verificação do funcionamento dos aparelhos. Quando há falha nos validadores, é necessário trocar o ônibus por outro veículo disponível.

Outro ponto destacado pelo parlamentar é a documentação relativa à inspeção veicular, feita pela empresa terceirizada Otimiza, que ainda não foi analisada. A CPI também investiga divergências nos dados sobre a idade da frota. A Agereg afirma que 197 ônibus estariam fora do prazo máximo de uso, enquanto o Consórcio Guaicurus alega que esse número é de aproximadamente 100.

A comissão enfrenta ainda um impasse relacionado a dois laudos que avaliam a situação financeira do Consórcio. Um aponta lucro de R$ 1,8 bilhão, enquanto o outro indica um deficit de R$ 377 milhões, valor que, segundo o documento, a Prefeitura teria deixado de repassar à empresa.

Maicon ressaltou que a CPI conta com uma equipe técnica composta por procuradores, advogados, economistas e contadores, que analisam as informações recebidas diariamente. Ele destacou que novos desafios surgirão assim que chegarem os dados do estudo sobre o reequilíbrio financeiro solicitado pelo Consórcio Guaicurus.

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