O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, admitiu nesta quinta-feira, 5, ter armado milícias que supostamente saquearam ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Eles receberam armamentos por serem contra o grupo palestino radical Hamas, alegou o premiê em vídeo publicado nas redes sociais. A declaração ocorre após a imprensa local ter divulgado que um grupo liderado por Yasser Abu Shabab, um palestino com histórico criminal, recebeu fuzis de assalto Kalashnikov, incluindo armas apreendidas do Hamas, do governo israelense.
“Seguindo o conselho de autoridades de segurança, ativamos clãs em Gaza que se opõem ao Hamas. O que há de errado nisso?”, questionou Netanyahu. “Isso só salva a vida de soldados israelenses, e divulgar isso só beneficia o Hamas.”
O ex-ministro da Defesa e parlamentar da oposição, Avigdor Lieberman, disse à rádio pública Kan Bet que o grupo de Abu Shabab é afiliado ao Estado Islâmico, mas não apresentou provas. Não é a primeira vez, contudo, que o clã é acusado de envolvimento com outras organizações radicais. A gangue já havia sido acusada de envolvimento em operações de contrabando com grupos jihadistas egípcios.
Em maio, o chefe do escritório das Nações Unidas para a coordenação de assuntos humanitários nos territórios palestinos ocupados, Jonathan Whittall, já havia afirmado que “o verdadeiro roubo de ajuda desde o início da guerra foi realizado por gangues criminosas, sob a supervisão das forças israelenses, e elas foram autorizadas a operar nas proximidades do ponto de passagem de Kerem Shalom para Gaza”. Contatado pelo jornal britânico The Guardian, ele confirmou que estava “se referindo a gangues como Abu Shabab”.
+ Grupo de ajuda humanitária suspende distribuição em Gaza pela segunda vez
Rompimento familiar
Na semana passada, a família de Abu Shabab informou que havia rompido relações com ele por colaborar com forças palestinas, anunciando: “Afirmamos que não aceitaremos o retorno de Yasser à família. Não temos objeções a que aqueles ao seu redor o liquidem imediatamente, e informamos que seu sangue é um pecado”.
“Nós, como todos, fomos surpreendidos por imagens de vídeo transmitidas pela resistência mostrando o envolvimento dos grupos de Yasser em uma estrutura de segurança perigosa, chegando ao ponto de operar em unidades secretas e apoiar as forças de ocupação sionistas, que estão matando brutalmente nosso povo”, disse em comunicado.
More Stories
Em novo recuo, Musk apaga postagem em que associav…
Ataque-surpresa da Ucrânia contra Rússia abre nova…
O complexo de Deus dos líderes