Quem é Gavin Newsom, o governador da Califórnia qu…

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, tem se destacado como uma das principais lideranças democratas de oposição ao presidente Donald Trump e, na segunda-feira, 9, chegou a ser ameaçado de prisão pelo republicano.  

No sábado, o “czar” da fronteira de Trump, Tom Homan, afirmou que prenderia qualquer autoridade que tentasse impedir ações migratórias, incluindo o governador da Califórnia. Ao ser questionado sobre a fala, o presidente americano afirmou que, se estivesse no lugar de Homan, prenderia Newsom. 

“Acho ótimo. Gavin gosta da publicidade, mas acho que seria ótimo”, acrescentou Trump. “Ele fez um trabalho terrível. Olha, eu gosto do Gavin, ele é um cara legal, mas é extremamente incompetente, todo mundo sabe.”

+ Polícia de LA afirma ter feito ‘prisões em massa’ após prefeita decretar toque de recolher

A declaração ocorreu em meio a protestos em Los Angeles contra as políticas de imigração de Trump. Nesta quarta-feira, a polícia de Los Angeles afirmou ter feito “prisões em massa” no centro da cidade californiana após a prefeita, Karen Bass, decretar toque de recolher na área.

Trajetória política

A trajetória política de Newsom, de 57 anos, começou em San Francisco, sua cidade natal. Diagnosticado com dislexia na infância, ele se formou em administração pela Universidade de Santa Clara e empreendeu no setor de restaurantes e vinhos antes de ingressar na vida política. Em 2003, aos 36 anos, foi eleito prefeito da cidade, ganhando notoriedade ao autorizar, um ano mais tarde, casamentos entre pessoas do mesmo sexo  — medida pioneira e controversa na época.

O político foi eleito em 2018 como governador da Califórnia, o estado mais populoso e economicamente forte dos EUA, sendo reeleito em 2022. Agora no segundo mandato, continua promovendo pautas progressistas, como políticas ambientais, defesa do aborto, controle de armas e direitos de migrantes.

Embate entre Newsom e Trump

Desde a chegada de Trump à presidência, a relação entre os dois tem sido marcada por confrontos públicos. No mais recente embate, o presidente ordenou o envio de 4.700 militares, incluindo 700 fuzileiros navais, a Los Angeles, para conter protestos contra as deportações em massa do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). A decisão de Trump foi tomada sem consulta ao governo do estado e resultou em confrontos violentos, com uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha por parte dos agentes federais.

Na terça-feira, Newsom voltou a fazer duras críticas a Trump, acusando o governo federal de impor uma “rede de arrasto militar” por Los Angeles e alertando que a democracia está “sob ataque diante de nossos olhos”. Anteriormente, o líder democrata já havia descrito o envio de tropas como a “concretização da fantasia perturbada de um presidente ditatorial”.

“Os fuzileiros navais dos EUA serviram com honra em diversas guerras em defesa da democracia”, escreveu Newsom em uma publicação no X, antigo Twitter. “Eles não deveriam ser enviados a solo americano, enfrentando seus próprios compatriotas, para realizar a fantasia insana de um presidente ditatorial. Isso é antiamericano.”