13 de junho de 2025

Israel fará votação sobre dissolver parlamento, 1º…

O Knesset, o parlamento de Israel, se prepara para realizar uma votação preliminar nesta quarta-feira, 11, para dissolver a instituição, em meio a uma disputa sobre um projeto de lei acerca do serviço militar obrigatório. A dissolução do parlamento seria o primeiro passo para uma eleição antecipada, que as pesquisas de opinião mostram que o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, perderia.

A votação ainda pode ser adiada de última hora e, mesmo que o desfecho seja a dissolução do Knesset, esta seria apenas a primeira de quatro consultas necessárias para convocar um pleito. Ou seja, a coalizão de Netanyahu teria mais tempo para solucionar a crise política e evitar o que seria a primeira eleição desde o início da guerra com o Hamas em Gaza.

Impasse na coalizão

Bibi tem se esforçado para resolver o impasse em sua coalizão em relação à lei sobre recrutamento militar. Alguns partidos religiosos na aliança demandam isenções do serviço obrigatório para estudantes de seminários judeus ultraortodoxos, enquanto outros legisladores querem abolir completamente qualquer limitação.

As isenções são uma questão polêmica há anos no país, mas se tornaram particularmente controversas durante a guerra em Gaza, uma vez que Israel sofreu o maior número de baixas no campo de batalha em décadas e suas Forças Armadas, sobrecarregadas, precisam de mais membros.

Cada vez mais impacientes, as facções ultraortodoxas da coalizão ameaçaram votar com os partidos da oposição, a favor da dissolução do Knesset e da antecipação de uma eleição, que só está marcada para o final de 2026.

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“É mais urgente do que nunca substituir o governo de Netanyahu, e especificamente este governo tóxico e prejudicial”, disse Merav Michaeli, do Partido Trabalhista, da oposição. “É urgente acabar com a guerra em Gaza e trazer de volta todos os reféns. É urgente começar a reconstruir e a curar o Estado de Israel.”

O que acontece a seguir

Se a coalizão de Netanyahu resolver a crise antes da votação, a proposta para a dissolução do parlamento vai ser tirada da mesa pela oposição. Mesmo assim, a aprovação do projeto de lei exigirá três votações no Knesset, dando ao premiê israelense mais tempo para chegar a acordos específicos com seus aliados.

No entanto, se o parlamento for dissolvido, isso seguirá para discussões de comissões parlamentares entre as leituras, um processo legislativo que pode levar dias, semanas ou meses. Nesse período, Netanyahu ainda pode chegar a acordos com os partidos ultraortodoxos sobre o recrutamento, revertendo a situação no Knesset.

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Para ser aprovada na leitura final, a dissolução do parlamento precisaria de uma maioria absoluta de pelo menos 61 do total de 120 votos. Depois disso, uma eleição deve ser realizada em até cinco meses.

Impopularidade de Bibi

Pesquisas de opinião previram, sucessivamente, que a coalizão de Netanyahu perderia uma eleição. Seria uma punição pelo que a população ainda vê como uma grave falha de segurança que permitiu o ataque do grupo terrorista palestino Hamas, em 7 de outubro de 2023, além do fracasso do governo em recuperar os reféns ainda mantidos em Gaza.

O ataque surpresa do Hamas destruiu as credenciais de segurança de Netanyahu, com 1.200 pessoas mortas e 251 reféns sequestrados pelos terroristas.

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A ofensiva de Israel em Gaza já matou quase 55 mil palestinos, de acordo com autoridades de saúde no enclave controlado pelo Hamas, além de deixar grande parte do território em ruínas e deslocar quase toda a sua população, de cerca de 2,3 milhões de pessoas, e provocar uma grave crise humanitária.

Vinte meses após o início dos combates, o apoio de israelenses à guerra em Gaza diminuiu. Mais de 400 soldados do país foram mortos em combate, aumentando a irritação de eleitores em relação à demanda pela isenção dos ultraortodoxos do serviço militar. Líderes religiosos, no entanto, veem a devoção em tempo integral ao seminário como sacrossanta e o serviço militar como uma ameaça ao estilo de vida rigoroso dos estudantes.

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