14 de junho de 2025

Produtor de Hollywood, Harvey Weinstein volta a se…

Harvey Weinstein, cofundador do estúdio Miramax e um dos produtores mais influentes de Hollywood, voltou a ser condenado nesta quarta-feira, 11, por crimes sexuais durante julgamento em Manhattan, em Nova York. O magnata do cinema havia sido condenado por estupro e agressão sexual em 2020, mas teve a sentença anulada por um tribunal estadual de apelações, que exigiu revisão.

A decisão agrava o cenário para Weinstein, que já enfrenta uma pena de 16 anos de prisão na Califórnia por estupro. Ele ainda não começou a cumprir o tempo e permanece detido em Nova York desde que sua condenação foi anulada. Em agosto do ano passado, a promotora distrital do Queens, Melinda Katz, informou que o ex-produtor “cumprirá a pena na Califórnia primeiro, pois agora é sua sentença principal”.

Das três acusações, o júri de Manhattan considerou Weinstein culpado por uma — por forçar Miriam Haley, ex-assistente de produção a praticar sexo oral nele em 2006 –, inocente por outra — na qual também foi acusado pela ex-modelo Kaja Sokola de forçá-la a fazer sexo oral em 2006 — e não chegou a uma conclusão sobre uma terceira — de ter agarrado e estuprado Jessica Mann num quarto de hotel em 2013.

“É uma grande vitória para todos, Harvey Weinstein estará na prisão”, disse Sokola, acrescentando com voz trêmula: “Espero sinceramente, do fundo do meu coração, que estar aqui agora dê coragem a outros para se manifestarem.”

Com o impasse em relação ao caso de Mann, o julgamento continuará nesta quinta-feira, 12. Segundo o jornal americano The New York Times, as deliberações têm sido marcadas por brigas explosivas entre os jurados, que discordam uns dos outros e reclamam da situação com o juiz. Antes da decisão desta quarta-feira, foi revelado na audiência que o júri estava “gritando e berrando” e que um dos integrantes disse a outro, em tom de ameaça: “Te vejo lá fora um dia”.

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#MeToo

Há cinco anos, sua condenação foi um momento crucial para o movimento #MeToo, que incentivou mulheres a denunciarem homens poderosos na mídia, na política e em outras esferas por má conduta sexual. Mais de 100 mulheres, incluindo atrizes famosas, acusaram Weinstein por crimes de agressão, um ponto focal do movimento. Seu estúdio de cinema, o Miramax, entrou com pedido de falência em março de 2018, colapsando após o produtor entrar nos holofotes como um predador.

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Condenação

Weinstein foi considerado culpado de estupro e agressão sexual por um júri em 2020, e condenado a 23 anos de prisão. Um tribunal estadual de apelações, porém, anulou a condenação em abril de 2024 e ordenou um novo julgamento, concluindo que algumas das mulheres que o acusaram de crimes e testemunharam no processo não faziam parte do caso que foi construído contra ele não deveriam ter sido autorizadas a depor.

O gabinete do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, acusou Weinstein de agressão sexual contra sua ex-assistente de produção, chamada Miriam Haley, em 2006, além de estuprar Jessica Mann, aspirante a atriz, em 2013, crimes pelos quais ele foi condenado no primeiro julgamento. Desta vez, o produtor também enfrenta uma nova alegação, de supostamente agredir uma mulher não identificada em Manhattan, em 2006.

Durante o primeiro julgamento, a acusação retratou o réu como um predador em série com um modus operandi claro: ele manipulava mulheres com promessas de ascensão profissional em Hollywood, as convidava para quartos de hotel ou apartamentos particulares e, em seguida, as dominava e atacava.

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