O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira, 11, que um novo programa bélico do país terá atenção especial à tríade nuclear, com armas lançadas por terra, mar e ar. A declaração, transmitida na TV estatal, foi feita durante um encontro com autoridades seniores do setor da Defesa.
“Sem dúvida, atenção especial deve ser dada à tríade nuclear, que foi e continuará sendo a garantia da soberania da Rússia e desempenha um papel fundamental na manutenção do equilíbrio de forças no mundo”, disse o presidente.
Segundo Putin, um total de 95% das armas das forças nucleares estratégicas da Rússia estão totalmente atualizadas.
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“Este é um bom indicador e, em essência, o mais alto entre todas as potências nucleares do mundo”, disse ele ao público.
Os Estados com maior força nuclear continuam, desde a década de 1950, segundo os EUA e a Rússia, que possuem cerca de 90% de todas as ogivas. A Rússia tem 5.449 ogivas nucleares instaladas ou armazenadas, em comparação com os EUA, que têm 5.277, segundo dados da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares.
Na segunda-feira, 9, o assessor de Putin que lidera a delegação russa em negociações diretas de paz com a Ucrânia, Vladimir Medinsky afirmou que a Rússia pode recorrer a uma “guerra nuclear” se Kiev e parceiros da aliança militar ocidental Otan tentarem reaver territórios ucranianos ocupados por tropas russas.
Em novembro de 2024, a Rússia adotou oficialmente uma nova doutrina de armas nucleares, que estabelece que Moscou pode usar armas nucleares em resposta a um ataque ao seu território por um Estado sem armas nucleares apoiado por um Estado com armas nucleares.
“Se interrompermos o conflito na linha de frente e não chegarmos a um acordo sobre uma paz real, apenas algum tipo de trégua, isso vai se transformar em algo como aquela região disputada entre Armênia e Azerbaijão, Karabkh”, disse. “Depois de algum tempo, a Ucrânia se juntará à Otan e, junto da Otan e seus aliados, tentará reconquistar o território. Isso será o fim do planeta, será uma guerra nuclear”.
Como parte de suas condições para encerrar a guerra na Ucrânia, que segue inabalável desde fevereiro de 2022, Vladimir Putin quer que líderes ocidentais se comprometam por escrito a parar de expandir a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o leste europeu e suspendam uma parte das sanções impostas a Moscou,.
Na semana passada, durante negociações na Turquia, a Rússia apresentou um memorando de paz exigindo o controle sobre as regiões ocupadas por suas tropas, que somam 20% do território ucraniano — condição que já foi considerada inaceitável pela Ucrânia.
“Não é um memorando de entendimento. Um memorando de entendimento deve ser assinado por duas partes, não apenas uma parte exigindo algo”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à imprensa internacional. “Portanto, não pode ser chamado de memorando. É, afinal, um ultimato da Rússia para nós”.
Apesar da falta de entendimento em direção a uma trégua ou à paz, Kiev e Moscou concordaram em realizar uma troca de prisioneiros, concluída nesta segunda-feira, 9.
Não há informações sobre o número de prisioneiros intercambiados nesta rodada, mas o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que a mesma quantidade foi libertada de ambos os lados. Novas trocas serão realizadas nos próximos dias, anunciou Zelensky. No final de semana, Medinsky informou que uma primeira lista de 640 prisioneiros de guerra havia sido enviada à Ucrânia.
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