A FIFA atraiu alguns dos principais times do mundo para os EUA para a edição inaugural da nova Copa do Mundo de Clubes, com um prêmio recorde de US$ 1 bilhão a ser distribuído ao longo do torneio, que começa neste sábado (14).
Apesar de uma campanha global de marketing que contou com Lionel Messi, os torcedores até agora parecem pouco empolgados.
Depois de começar com ingressos acima de US$ 300, os assentos para o jogo de abertura em 14 de junho, em Miami, entre o Inter Miami de Messi e o Al Ahly FC, do Egito, estão disponíveis por US$ 73 no Ticketmaster.
Mas com a participação de clubes como Real Madrid, Manchester City, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique, os organizadores apostam que os jogos das fases finais irão lotar os grandes estádios, já que um prêmio de US$ 125 milhões para o campeão deve incentivar os 32 clubes a escalarem seus principais jogadores.
Embora esse valor represente apenas uma fração da receita anual dos grandes clubes europeus, ainda assim é um prêmio significativo, até mesmo para os times mais bem-sucedidos. Além disso, é uma bolada para equipes de países como Brasil ou Argentina, criando o cenário para partidas competitivas.
Para os fãs nos EUA, o torneio representa uma rara oportunidade de ver alguns dos melhores jogadores do mundo, incluindo Kylian Mbappé, Harry Kane e Erling Haaland — além de Ousmane Dembélé e outros atletas do recém-coroado campeão europeu PSG — a preços relativamente acessíveis. E considerando que torneios de pré-temporada no verão, que frequentemente incluem clubes europeus de ponta, costumam ter ingressos esgotados, a expectativa é que o interesse aumente à medida que a competição avance.

“Eu esperaria totalmente que os times muito grandes esgotassem os ingressos”, disse Pete Oliver, CEO de mercados em crescimento da DAZN, emissora global exclusiva do torneio. “Se o Chelsea vem fazer uma turnê de pré-temporada nos EUA, mesmo sem uma competição como essa, eles lotam todos os estádios imediatamente. O Real Madrid vai lotar. Os grandes times sul-americanos também.”
O torneio, que vai até 13 de julho, terá 48 partidas da fase de grupos disputadas em 11 cidades dos EUA. Será uma espécie de prévia da Copa do Mundo de seleções do ano que vem, que será realizada na América do Norte, dando uma amostra do que as cidades podem esperar, embora em menor escala.
Teste de Demanda
O evento também vai testar a demanda entre os torcedores americanos. O preço médio para a final, no MetLife Stadium, em Nova Jersey, está atualmente em US$ 900. Para comparação, os ingressos para o Super Bowl deste ano variaram entre US$ 2 mil e US$ 6 mil, segundo dados do StubHub.
Controle de público e segurança serão outros pontos de atenção, com torcedores mais agitados da Europa e da América do Sul — que costumam viajar longas distâncias para torneios internacionais — invadindo as cidades e os estádios-sede. Os torcedores de fora dos EUA também terão de lidar com regras e restrições imigratórias que mudam frequentemente sob o governo Trump.
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A última vez que os EUA sediaram um grande torneio de futebol foi a Copa América de 2024. A final foi atrasada depois que uma multidão de torcedores sem ingresso rompeu as barreiras de segurança, causando caos dentro e fora do estádio em Miami.
Os jogos do Real Madrid, um dos times mais populares do mundo, estão em grande parte esgotados, segundo o site esportivo espanhol As.com. O Ticketmaster mostra que os ingressos mais baratos para o primeiro jogo do clube, contra o Al Hilal, da Arábia Saudita, começam em US$ 256. A FIFA adotou uma política de precificação dinâmica para avaliar a demanda e agora está tentando preencher os assentos restantes.
O formato anterior para definir o melhor clube do mundo era uma série anual de jogos no fim do ano entre o campeão da Liga dos Campeões da Europa, o vencedor da Libertadores da América do Sul e outros times de diferentes continentes. As equipes europeias dominaram, vencendo 14 das últimas 15 edições.
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