17 de junho de 2025

Invepar, que controla concessão de Guarulhos, fecha acordo para evitar recuperação judicial

A Invepar, holding de infraestrutura que controla a concessão do aeroporto de Guarulhos, fechou um acordo com credores para suspender temporariamente o pagamento de dívidas e evitar a necessidade de recorrer à recuperação judicial. A negociação, que inclui o Mubadala Capital — um dos principais credores —, ocorre no contexto de uma tentativa de reestruturação extrajudicial.

O chamado acordo de standstill deve ser formalizado ainda nesta segunda-feira (16), antes de uma assembleia de acionistas da companhia e data limite para empresa solicitar ou não a RJ. Procuradas, Invepar e Mubadala não comentaram.

Segundo fontes a par das negociações, cerca de 80% dos detentores de títulos locais já sinalizaram apoio à proposta na semana passada. O Mubadala, que anteriormente alegava impasse nas conversas, agora voltou à mesa de negociações.

A empresa, formalmente chamada de Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A., enfrenta dificuldades financeiras diante do peso da dívida em um cenário de juros elevados. A taxa Selic em 14,75% — maior patamar em duas décadas — pressiona a estrutura de capital da companhia. A crise da mobilidade urbana e do setor aeroportuário durante a pandemia também agravou sua situação de liquidez.

Em maio, a S&P Global rebaixou a nota de crédito da Invepar de “CC” para “D”, após a companhia obter uma medida cautelar que, na prática, suspende pagamentos de dívidas. O movimento sinalizou ao mercado que uma recuperação judicial estava no radar. A medida veio em resposta à cobrança antecipada de mais de R$ 500 milhões em debêntures por parte de investidores locais.

Fundada em 2000, com sede no Rio de Janeiro, a Invepar atua nos setores de rodovias, aeroportos e mobilidade urbana no Brasil e no Peru. Seu ativo mais relevante é a participação na GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos — o maior e mais movimentado do país.

A companhia é controlada por três dos maiores fundos de pensão de estatais: Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).

© 2025 Bloomberg L.P.

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