O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, acusou nesta segunda-feira, 16, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de atacar o território iraniano para minar as negociações nucleares do país com os Estados Unidos. As tratativas tiveram início em abril e foram suspensas após os bombardeios israelenses. A sexta rodada estava prevista para o último domingo em Omã
“O objetivo do ataque criminoso de Netanyahu ao Irã — matando centenas de civis inocentes, incluindo mulheres e crianças — é sabotar um ACORDO entre o Irã e os EUA, que estávamos no caminho certo para alcançar”, escreveu Araghchi no X, antigo Twitter.
O chanceler iraniano foi responsável por cancelar as discussões nucleares com os EUA. Ao anunciar a decisão, ele argumentou que não fazia “sentido participar de um diálogo com o pais que é o maior apoiador e cumplice do agressor”, em referência ao apoio americano a Israel.
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Recado a Trump
Mas as críticas parecem ter sido amenizadas na nova declaração, na qual afirmou que se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “for sincero em relação à diplomacia e estiver interessado em interromper esta guerra, os próximos passos serão importantes”. Ele também salientou que “basta um telefonema de Washington para amordaçar alguém como Netanyahu”, acrescentando: “Isso pode abrir caminho para o retorno da diplomacia”.
Desde que Trump retirou os EUA do acordo nuclear de 2015, assinado durante o governo de Barack Obama e que limitava o enriquecimento de urânio em troca do alívio das sanções econômicas, o governo iraniano passou a acumular material em níveis próximos aos necessários para a produção de armas nucleares. O Irã alega que seu programa tem fins exclusivamente energéticos, mas países ocidentais desconfiam que esteja tentando desenvolver uma bomba atômica.
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Panorama da guerra
O Irã emitiu um comunicado nesta segunda-feira, 16, alertando os moradores de Tel Aviv para deixarem a cidade o mais rápido possível, segundo a mídia estatal iraniana. Pouco antes, Israel havia informado que conquistou “controle total” do espaço aéreo de Teerã e ordenou que os habitantes da capital iraniana deixassem suas casas.
A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã afirmou que a saída de Tel Aviv era necessária para a “segurança” dos israelenses. O alerta foi emitido logo após o governo israelense lançar uma ordem de retirada para o Distrito Três de Teerã.
Netanyahu, por sua vez, afirmou que haveria jatos da Força Aérea sobrevoando os céus de Teerã “em um futuro muito próximo”. Aviões de guerra, segundo ele, veriam como alvo “qualquer local e qualquer alvo do regime dos aiatolás”, após o que chamou de um “golpe real” ao programa nuclear iraniano na última sexta-feira 13.
Além disso, após uma salva de centenas de mísseis balísticos e drones contra Tel Aviv e Haifa, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que Teerã “vai arder” caso haja mais ataques contra Israel. Ele responsabilizou o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, pelo destino de Teerã.
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