17 de junho de 2025

preço cai R$ 0,17 nas refinarias, mas redução é mínima em Campo Grande

A diferença, quase imperceptível, frustra motoristas que esperavam maior alívio no bolso

Gasolina fica mais barata nas refinarias, mas postos seguram repasse na Capital
Funcionário descarrega combustível em posto de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

Duas semanas após o anúncio da Petrobras de redução de R$ 0,17 no litro da gasolina vendida às distribuidoras, os motoristas de Campo Grande ainda não sentem alívio no bolso. A promessa de queda de até R$ 0,12 nas bombas virou frustração: o preço médio na Capital caiu apenas R$ 0,04, passando de R$ 5,84 para R$ 5,80, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Redução no preço da gasolina em Campo Grande ainda não chega ao consumidor. Apesar do anúncio da Petrobras, de queda de R$ 0,17 por litro, o valor médio nas bombas diminuiu apenas R$ 0,04, passando de R$ 5,84 para R$ 5,80. A diferença, quase imperceptível, frustra motoristas que esperavam maior alívio no bolso. Levantamento da ANP e pesquisa em postos da Capital confirmam a pouca variação. Alguns estabelecimentos reduziram o preço em até R$ 0,10, enquanto outros mantiveram os valores. Consumidores reclamam da falta de impacto no custo do abastecimento e seguem optando por etanol ou reduzindo a frequência com que enchem o tanque. Procon-MS orienta que a escolha por postos com preços competitivos estimula a concorrência e pode forçar a queda nos valores.

Na prática, a diferença é quase imperceptível para o consumidor. A reportagem percorreu postos da Capital nesta terça-feira (17) e constatou preços semelhantes aos praticados antes da redução. No Posto Kátia Locatelli, na Avenida Salgado Filho, o litro da gasolina comum era vendido a R$ 5,76 – R$ 0,10 a menos do que na semana passada. No entanto, em locais como o Posto Ipiranga da Avenida Calógeras, o valor continua em R$ 5,79. Já no Posto Alloy, no cruzamento da Fernando Corrêa com a 14 de Julho, o preço caiu de R$ 5,79 para R$ 5,65.

Apesar da leve redução em alguns locais, consumidores como a comerciante Lidimiar Pereira de Souza, de 52 anos, afirmam não terem notado mudança no valor. “Eu tô por fora do preço da gasolina. Costumava abastecer toda semana, agora abasteço no máximo a cada 15 dias. Mas abaixar o preço é ótimo, só tem alta, abaixar é bom”, comenta ela, que mora no Jardim Monumento e usa a moto para atividades diárias.

Gasolina fica mais barata nas refinarias, mas postos seguram repasse na Capital
Comerciante Lidimiar Pereira de Souza diz que não percebeu queda no preço da gasolina e passou a abastecer com menos frequência (Foto: Marcos Maluf)

O motorista Marcelo da Silva Carvalho, de 51 anos, abastece o carro três vezes por semana para fazer entregas. Ele também reclama da ausência de impacto no valor final: “Até agora, nada. Abaixou na Petrobras, mas na bomba ainda não chegou não”, disse. Por enquanto, tem optado pelo etanol, que considera mais vantajoso.

Já o mentor empresarial Eduardo Karmouche, de 57 anos, afirma que o frio influencia na escolha pelo combustível. “Agora que abaixou um pouquinho eu vou colocar gasolina, mas eu prefiro etanol”, explicou.

O Procon-MS, órgão vinculado à Sead (Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos), afirmou que o mercado de combustíveis funciona sob livre concorrência, mas que denúncias sobre prática abusiva ou cartel podem ser investigadas.

Uma queixa já foi registrada em Campo Grande e está em apuração. “Embora os fornecedores atuem em um mercado de preços livres, o consumidor tem papel importante ao evitar abastecer em estabelecimentos que não praticam preços competitivos ou que não repassam reduções de custo. Essa postura ajuda a estimular o mercado a aplicar valores mais justos”, orienta o secretário-executivo do órgão, Angelo Motti.

Gasolina fica mais barata nas refinarias, mas postos seguram repasse na Capital
Mesmo com a redução nas refinarias, posto na Avenida Calógeras mantém gasolina a R$ 5,79 e etanol a R$ 3,79 na bomba (Foto: Marcos Maluf)

Já a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) só atua em casos de irregularidades constatadas por órgãos como o próprio Procon ou o TCE (Tribunal de Contas do Estado).

A expectativa agora é que, com a renovação dos estoques nos postos e pressão da concorrência, o valor do litro finalmente reflita a queda anunciada nas refinarias. Até lá, o consumidor continua esperando pela economia prometida.

Ontem, o deputado estadual José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, apresentou uma indicação solicitando, com urgência, que a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, a DECON, o PROCON/MS e a Agência Nacional do Petróleo investiguem a retenção indevida da redução dos preços do diesel e da gasolina pelos postos de combustíveis no estado.

Nas contas dele, ao não repassarem os descontos aplicados pela Petrobras, os empresários têm lucros diários de R$ 220 mil e mensais de até R$ 6,6 milhões.

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