23 de maio de 2025

O comando da Rio Tinto está em aberto — e o futuro da mineração também

A britânica Rio Tinto, gigante global da mineração e maior produtora de minério de ferro do planeta, está à procura de um novo CEO.

O atual presidente-executivo, Jakob Stausholm, vai deixar o cargo ainda este ano, em uma troca que pegou o mercado de surpresa — e acendeu as apostas sobre o futuro da empresa num momento em que o setor corre atrás de cobre, lítio e novas reservas para abastecer o mundo da transição energética.

Embora não tenha operações no Brasil, a Rio Tinto é um termômetro da mineração global. Ela ajuda a definir preços e movimentos que afetam toda a cadeia — incluindo Vale, CSN e siderúrgicas brasileiras.

A sucessão virou um problema interno: há poucos nomes prontos dentro de casa, o que levou a companhia a contratar uma consultoria de headhunting para sondar executivos fora da empresa.

Entre os cotados estão Bold Baatar, atual diretor comercial, o Simon Trott, que comanda a divisão de minério de ferro, e Jérôme Pécresse, ex-GE e atual chefe da área de alumínio. Do lado de fora, nomes como Tom Palmer (Newmont) e Andrew Cole (ex-OZ Minerals) também circulam.

Em jogo está um polpuda remuneração anual de cerca de US$ 7 milhões, que foi a remuneração de Stausholm no ano passado, considerando salários e bônus, de acordo com a plataforma ERI.

Jakob Stausholm, CEO que está de saída da Rio TintoJakob Stausholm, CEO que está de saída da Rio Tinto
Jakob Stausholm, CEO que está de saída da Rio Tinto (Bloomberg)

A Rio Tinto, que tem operações relevantes na Austrália, África e América Latina, não tem minas no Brasil, mas sua posição no mercado global influencia toda a cadeia de mineração, inclusive a Vale. Com o mundo exigindo mais cobre, níquel e minerais “verdes”, a escolha do novo CEO pode mudar o ritmo da empresa — e ditar o tom da próxima década do setor.

A movimentação acontece no mesmo período em que a rival BHP — que opera no Brasil via Samarco — também prepara uma troca de comando, mas com um planejamento mais estruturado e sucessores prontos no banco de reservas.

O setor vive um momento crítico: o cobre, essencial para baterias, energia limpa e até IA, está escasso. Quem liderar a Rio nos próximos anos vai definir o apetite da empresa por risco, fusões e grandes projetos.

(Com Reuters e Bloomberg)

Source link

About The Author