O real devre ser negociado relativamente estável nos próximos meses, limitado por preocupações com a deterioração das contas externas do país, mostrou uma pesquisa da Reuters. Assim, a moeda brasileira chega ao meio do ano em melhor forma do que o esperado no início de 2025, com juros mais altos e com o dólar americano mais fraco globalmente.
Mas as dúvidas dos investidores sobre a capacidade da maior economia da América Latina em continuar financiando seu déficit em conta corrente aumentaram. Eles também estão preocupados com o déficit fiscal e como o país vai corrigi-lo.
Moeda estável
Em 12 meses, o real deverá ser negociado perto do seu valor de terça-feira (3), de R$ 5,64 por dólar, perdendo apenas 1,9%, indo para R$ 5,75, de acordo com a mediana das estimativas de 27 analistas de câmbio entrevistados entre 30 de maio e 3 de junho.
A projeção de consenso mais recente para o final de junho, de R$ 5,70 por dólar, é 4,7% mais forte do que a previsão de R$ 5,97 em uma pesquisa de janeiro, quando a moeda ainda estava se recuperando de um período ruim no final de 2024.
Analistas do Itaú Unibanco citaram o spread favorável da taxa de juros do Brasil e as esperanças de progresso nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China como fatores que sustentam o real.
“No entanto, um (potencial) acordo comercial entre os EUA e outros países aumenta a chance de manutenção do chamado excepcionalismo americano”, acrescentaram os economistas do banco. “Isso, combinado com as incertezas fiscais domésticas e a dinâmica desfavorável das contas externas, limita cenários mais positivos para a moeda.”
Gripe aviária
Os desafios para os exportadores brasileiros incluem a redução nos embarques de aves, em grande parte devido ao surto de gripe aviária, bem como a redução das importações de soja chinesa.
Dos 16 entrevistados que responderam a uma pergunta adicional sobre os riscos para as estimativas para o real no próximo ano, 6 inclinaram para uma moeda mais forte, 5 esperavam que ela se desvalorizasse e outros 6 expressaram opiniões neutras.
Comparativo entre moedas
Neste ano, o real valorizou 9,6%, o peso mexicano subiu 8,3% e a moeda argentina se desvalorizou 13% em relação ao dólar — muito menos do que alguns temiam depois que o país afrouxou seus controles de capital.
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