A violência política se intensificou na Bolívia nas últimas 48 horas, com pelo menos quatro policiais mortos durante protestos liderados por apoiadores do ex-presidente Evo Morales, afirmou o governo nesta quinta-feira, 12. As manifestações exigem o retorno do ex-mandatário às urnas, após sua candidatura ter sido barrada pela Justiça. O governo de Luis Arce, ex-aliado de Morales, acusa o líder da oposição de tentar desestabilizar o país com “ações orquestradas para impor uma candidatura inconstitucional”.
O episódio mais violento foi registrado na cidade de Llallagua. Em uma publicação no X, antigo Twitter, Arce afirmou que três policiais foram mortos por manifestantes armados com dinamite e armas de fogo. Um quarto policial também morreu, segundo o ministro da Justiça, César Siles. De acordo com o governo, o confronto deixou ainda 17 feridos.
A escalada no país teve início após a publicação oficial da lista de candidatos habilitados às eleições presidenciais de agosto, na qual Morales não aparece. A decisão foi baseada em um parecer do Tribunal Constitucional que veta a possibilidade de segunda reeleição, seja ela consecutiva ou não. Morales governou de 2006 a 2019, somando três mandatos. Além disso, ele não conseguiu registrar um novo partido político para lançar sua candidatura.
Em resposta, apoiadores organizaram bloqueios de estradas e ergueram barricadas em diversas regiões do país. A rota entre La Paz e Cochabamba, reduto político do ex-presidente, foi uma das mais afetadas, com longas paralisações no transporte de alimentos e combustíveis.
Nas redes sociais, Morales criticou duramente o governo. Ele acusou Arce de reprimir lideranças indígenas, ignora o colapso econômico e tenta criminalizar os movimentos sociais. “A repressão não vai nos calar. O povo vai reagir”, escreveu o ex-presidente nas redes sociais antes da morte dos policiais
As manifestações também são impulsionadas pela pior crise econômica que a Bolívia enfrenta em décadas. A escassez de combustíveis provocou longas filas em postos de gasolina e diesel, enquanto os bloqueios agravaram uma inflação que já ultrapassa os 15%, a mais alta em mais de 30 anos. Os protestos passaram a exigir abertamente a renúncia de Arce.
O presidente, no entanto, afirma que não deixará o cargo. Segundo ele, a renúncia não resolveria a crise econômica. Em vez disso, optou por uma medida historicamente sensível no país: autorizou a atuação das Forças Armadas, ao lado da polícia, para desbloquear estradas.
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