O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considera expandir suas restrições de viagens e pode proibir cidadãos de mais 36 países de entrar no país, de acordo com um memorando interno do Departamento de Estado visto pelo jornal americano The Washington Post e pela agência de notícias Reuters.
No início deste mês, entrou em vigor a proibição de entrada nos Estados Unidos para cidadãos de doze países, depois do presidente americano assinar, uma semana antes, um decreto que baniu visitas de pessoas do Afeganistão, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Mianmar, Somália, Sudão e Iêmen. Ele afirmou que a medida era necessária para proteger o país contra “terroristas estrangeiros” e outras ameaças à segurança nacional.
A entrada de pessoas de outros sete países – Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela – também já foi parcialmente restringida.
A diretiva faz parte de uma repressão à imigração lançada por Trump no início de seu segundo mandato, que incluiu a deportação para El Salvador de centenas de venezuelanos suspeitos de serem membros de gangues, a ampliação de batidas do ICE, a temida polícia de imigração americana, com uma espécie de “cota” de 3 mil detenções diárias, bem como esforços para proibir a matrícula de estrangeiros em universidades dos Estados Unidos.
“Preocupações” e prazo de 60 dias para mudança
Em um telegrama diplomático interno assinado pelo Secretário de Estado americano, Marco Rubio, o departamento sob seu comando delineou uma dúzia de preocupações sobre os países em questão e sugeriu medidas corretivas.
“O departamento identificou 36 países preocupantes que podem receber recomendação de suspensão total ou parcial de entrada caso não cumpram os critérios e requisitos estabelecidos em até 60 dias”, afirmou o documento enviado no fim de semana.
Entre as preocupações levantadas está a falta de um governo “competente ou cooperativo” em alguns dos países mencionados, o que seria um problema para a emissão de documentos de identidade confiáveis, segundo o telegrama. Outra preocupação era a “segurança questionável” dos passaportes de determinadas nações.
Alguns países, segundo o documento, deixaram de cooperar com ordens de deportação dos Estados Unidos. Outros estouraram o prazo de permanência dos vistos americanos concedidos a seus cidadãos. Um motivo de preocupação adicional é o suposto envolvimento de nacionais em atos de terrorismo, antissemitismo ou atividades “antiamericanas”.
Os países que podem enfrentar uma proibição total ou parcial se não resolverem essas preocupações nos próximos 60 dias são: Angola, Antígua e Barbuda, Benin, Butão, Burkina Faso, Cabo Verde, Camboja, Camarões, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Djibuti, Dominica, Etiópia, Egito, Gabão, Gâmbia, Gana, Quirguistão, Libéria, Malawi, Mauritânia, Níger, Nigéria, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Tomé e Príncipe, Senegal, Sudão do Sul, Síria, Tanzânia, Tonga, Tuvalu, Uganda, Vanuatu, Zâmbia e Zimbábue.
O Brasil continua fora da lista.
A ação segue um decreto assinado por Trump, assim que voltou à Casa Branca, no dia 20 de janeiro, exigindo que o governo identificasse as nações “para os quais as informações de verificação e triagem são tão deficientes a ponto de justificar uma suspensão parcial ou total da admissão de cidadãos desses países”.
Durante seu primeiro mandato, Trump anunciou a proibição de viajantes de sete países de maioria muçulmana, uma política que passou por várias contestações em tribunais antes de ser mantida pela Suprema Corte, em 2018.
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