A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, protagonizou um momento curioso nesta segunda-feira, 17, enquanto o presidente da França, Emmanuel Macron, cochichava ao seu ouvido durante uma reunião da cúpula dos líderes do G7, grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo, em Kananaskis, no Canadá. Enquanto os dois conversavam, a premiê foi vista revirando os olhos.
O conteúdo da conversa ficou entre a dupla, já que eles cobriram as bocas com as mãos durante o bate-papo numa tentativa de fugir do olhar curioso dos repórteres. Do outro lado da mesa, estava ninguém mais do que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deixou o Canadá mais cedo, ainda na segunda, “por causa do que está acontecendo no Oriente Médio”, em referência à guerra entre Israel e Irã.
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Meloni em saia-justa
Tanto Macron quanto Meloni compartilharam momentos desconfortáveis com o republicano. Em abril, a italiana visitou o Salão Oval, na Casa Branca, para um encontro com o líder americano. Trump, encantado com o italiano, concordava com o que nem entendia – inclusive, quando Meloni criticou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com quem o republicano tem reforçado laços, e refutou que o culpado pela guerra seria o ucraniano Volodymyr Zelensky, como o chefe da Casa Branca havia sugerido há pouco ao seu lado.
“Sabe o que penso sobre a Ucrânia? Penso que houve uma invasão, e que o invasor foi Putin e a Rússia. Mas hoje o importante é que queremos trabalhar em conjunto e estamos trabalhando para alcançar uma paz justa e duradoura na Ucrânia. São esforços que também partilhamos hoje”, afirmou ela.
Sem entender o que foi dito, Trump exclamou: “Isso foi tão bonito!”
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Macron x Trump
O presidente francês, por sua vez, tem trocado farpas com o seu homólogo americano. Em fevereiro, durante visita aos EUA, o líder europeu temperou generosamente suas falas com muitos “obrigados” e chamou o anfitrião de “querido Donald”. Mas criou uma saia-justa ao corrigir, ainda que muito casualmente, o colega em uma das questões mais urgentes no cenário global.
Durante a entrevista no Salão Oval, Trump quando ele sugeriu que a ajuda militar e financeira que a Europa ofereceu à Ucrânia ao longo da guerra contra a Rússia foi apenas um empréstimo, e que as nações europeias receberiam “seu dinheiro de volta”. Enquanto isso, ele disse, os Estados Unidos não foram compensados pela assistência.
Não é verdade, e Macron corrigiu o homólogo americano na hora. Com cuidado, tocou seu braço, disse um “se me permite…”, e disse que, na realidade, a Europa tirou a ajuda a Kiev do próprio bolso.
“Não, para ser franco, nós pagamos. Pagamos 60% do esforço total”, disse Macron, negando que os ativos russos congelados em bancos europeus tenham sido usados como pagamento do suposto empréstimo, ouvindo de um Trump sem graça: “Quem quiser acreditar, acredite.”
Na mais recente das críticas, o chefe da Casa Branca acusou o francês de mentir sobre os planos de Washington para uma trégua entre Tel Aviv e Teerã, que têm trocado ataques desde semana passada.
“O presidente francês, Emmanuel Macron, em busca de publicidade, disse erroneamente que eu deixei a Cúpula do G7, no Canadá, para voltar a Washington e trabalhar em um ‘cessar-fogo’ entre Israel e o Irã”, escreveu Trump no Truth Social. “Errado!”, completou.
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