O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou nesta terça-feira, 8, que o governo americano retomará o Canal do Panamá e livrará a rota comercial da suposta influência da China. A declaração ocorre enquanto Hegseth, envolvido em recentes escândalos, visita o país na América Central.
Após conversas com o governo local, o secretário prometeu intensificar a cooperação de segurança com as forças panamenses e disse que Pequim não tinha permissão para “transformar o canal em uma arma”.
“A China não construiu este canal. A China não opera este canal e a China não irá armar este canal. Junto com o Panamá na liderança, nós manteremos o canal seguro e disponível para todas as nações”, pontuou Hegseth.
As primeiras ameaças de Trump sobre o Canal do Panamá tiveram início ainda na corrida eleitoral, na qual derrotou a candidata democrata, Kamala Harris. No Arizona, ele disse em um comício de campanha que “as taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, altamente injustas”, acrescentando: “Essa completa exploração do nosso país vai parar imediatamente”, em referência ao que faria caso voltasse ao comando.
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Relação Trump-Mulino
A viagem acontece em meio a rumores de que administração Trump analisa opções militares retomar o canal, devolvido ao governo panamense em 1999. Hegseth é o primeiro secretário de defesa dos EUA a visitar o país em décadas. Ele foi recebido pelo ministro da Segurança Pública do Panamá, Frank Abrego, e participou de reuniões privadas com o presidente José Raúl Mulino.
Em fevereiro, Mulino anunciou a decisão de retirar o Panamá da Iniciativa do Cinturão e Rota da China e ajudou Trump no cerco a imigrantes — um dos principais motes de campanha do republicano, que também prometeu reforçar a segurança na fronteira. O líder panamense aceitou voos de deportação de cidadãos estrangeiros e trabalhou para conter a popular e perigosa rota imigratória na selva de Darien, que fica na divisa entre Colômbia e Panamá.
Mais de 40% do tráfego de contêineres dos EUA, avaliado em cerca de US$ 270 bilhões por ano, passa pelo Canal do Panamá. O percentual representa cerca de dois terços dos navios que passam diariamente pela via artificial, a segunda mais movimentada do mundo. O corredor também seria um local estratégico para para a passagem de navios de guerra dos EUA durante qualquer guerra na Ásia.
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