O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, definiu nesta quinta-feira, 10, a greve geral como um “ataque à República” em mensagens divulgadas nas estações de trem. A mobilização, que teve início à meia noite, foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho da República Argentina e tem como objetivo protestar contra as políticas de ajuste fiscal, apelar pelo fim da “repressão selvagem” de protestos e apoiar a luta dos aposentados, exigindo um aumento emergencial nas pensões.
“Ataque à República. A casta sindical atenta contra milhões de argentinos que querem trabalhar. Se te extorquirem ou te obrigarem a parar, denuncie”, indicou o texto, exibido nas telas das estações.
Por sua vez, a ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, amenizou a força da paralização, que teve adesão parcial, e afirmou que “as ruas já não pertencem aos que pressionam, mas aos que trabalham” e que “as marchas multitudinárias e greves ficaram para trás”. Ela também disse que “os argentinos escolhem o esforço e apoiam um governo que faz o necessário para tirar o país do buraco”.
A greve abrange uma gama de setores. entre eles transporte público, aéreo comercial e de carga, serviços bancários, negócios, gastronomia, escolas e universidades, coleta de resíduos, correios, administração pública, saúde (sem incluir emergências em hospitais públicos), atividade portuária e postos de gasolina. Dessa vez, não houve adesão do Unión Tranviarios Automotor (UTA), o sindicato dos motoristas de ônibus.
+ Pela terceira vez, Milei enfrenta greve geral contra políticas fiscais controversas
Segundo a estatal Aerolíneas Argentinas, 20 mil passageiros foram afetados pelo cancelamento de 258 voos, com um custo de US$ 3 milhões para a empresa. Em contrapartida, empresas permaneceram abertas e autônomos trabalharam normalmente. Na véspera, um funcionário da Casa Rosada confirmou ao jornal argentino La Nación que o governo descontará as diárias dos servidores públicos que aderirem à paralisação, a terceira enfrentada por Milei desde que chegou à Presidência, em dezembro de 2023.
“Este será o terceiro ônibus que pegamos hoje, e todos para chegar (ao bairro) La Boca”, disseram a faxineira Natalia Aranda e o pedreiro Juan Molinari ao La Nación nesta quinta. “Entendemos que há coisas erradas no país, mas não temos dinheiro suficiente para sustentar isso. Não podemos parar. Hoje já gastamos mais do que havíamos planejado. O café da manhã será um sanduíche compartilhado no ônibus, para que tenhamos dinheiro para o almoço.”
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