A Agência Nacional do Petróleo (ANP) confirmou nesta segunda-feira (14) que o leilão de cinco bacias sedimentares em águas profundas, perto do Equador, será realizado em 17 de junho. Trata-se de uma região promissora na costa conhecida como Margem Equatorial, onde a Petrobras enfrenta há anos uma disputa com as autoridades ambientais para iniciar a perfuração.
A Margem Equatorial brasileira fica acima dos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.
Entre as cinco bacias incluídas no leilão estão Potiguar e Foz do Amazonas, afirmou a ANP. A indústria do petróleo vê a região como um todo como o local com as melhores chances para o Brasil repor suas reservas de petróleo. Sem novas reservas, a expectativa é que as atuais começariam a declinar na década de 2030.
173 blocos em leilão
De acordo com a ANP, 31 empresas estão registradas e aptas a participar da licitação, incluindo Petrobras, ExxonMobil, Shell, Chevron, Equinor e BP.
O Brasil oferecerá 173 blocos de petróleo que abrangem áreas terrestres e regiões em águas profundas no nordeste e sul do Brasil sob contratos de concessão. Ao todo, 47 estão na Foz do Amazonas, onde a Petrobras está apelando para perfurar seu primeiro poço após ter sua campanha de exploração bloqueada em 2023. O Ministério de Minas e Energia do Brasil afirma que essa bacia poderia conter campos de petróleo semelhantes aos descobertos em Suriname e Guiana, onde a Exxon Mobil encontrou bilhões de barris.
“A falta de autorização para a Petrobras perfurar na bacia de Foz do Amazonas traz incerteza e certamente afeta a atratividade do leilão”, disse Rivaldo Moreira Neto, diretor da consultoria A&M Infra.
As áreas oferecidas na bacia de Potiguar correm o risco de serem excluídas de futuras rodadas se não forem concedidas em junho. Isso ocorre por causa de uma declaração conjunta dos ministérios de Meio Ambiente e de Minas e Energia. Ela permite que áreas social e ambientalmente sensíveis sejam oferecidas à iniciativa privada, mas está prestes a expirar.
A ANP também oferecerá áreas de exploração na bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul, considerada geologicamente semelhante à Namíbia, onde grandes empresas de petróleo europeias fizeram descobertas significativas.
Em 2023, um consórcio da Petrobras e da Shell venceu dezenas de blocos no local, que ainda precisam ser explorados. Também haverá áreas oferecidas na bacia de Parecis, a única em terra, e na bacia de Santos, conhecida pelas grandes descobertas de pré-sal offshore feitas na década de 2000.
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