Durante uma década o senhor foi responsável por um departamento secreto, depois revelado, encarregado de identificar “ameaças aeroespaciais”. O que descobriu sobre a vida fora da Terra? Ela existe, com toda a certeza, e é vida inteligente. A inteligência é algo tão onipresente que seria impossível não se manifestar em outros planetas. Aprendemos muito sobre o universo da física quântica e as diferentes dimensões à nossa volta. Tenho convicção de haver múltiplas formas de existir. Só não sabemos quais e onde.
Em testemunho à Câmara dos Deputados nos Estados Unidos, o senhor afirmou que o governo americano tem artefatos alienígenas recuperados. Isso é cientificamente comprovado? Sempre que entramos em contato com um elemento exótico, fazemos uma profunda investigação sobre seus componentes. O programa tocado pelo Pentágono tem vasta capacidade analítica, capaz de exame detalhado.
Em seu recém-lançado livro Iminente: Os Bastidores da Caçada do Pentágono a Óvnis (HarperCollins Brasil), o senhor menciona que inúmeros países escondem episódios ufológicos. Qual a razão? Isso tem a ver com a ideia de manter o controle, a paz e a ordem. É compreensível. Por que criar um problema para o qual não há solução?
Das supostas aparições de objetos voadores não identificados registradas em estados brasileiros, qual lhe chamou mais a atenção? O caso de Colares, no estado do Pará, é especialmente interessante. Nos anos 1970, a Força Aérea Brasileira foi ao local para acompanhar a atividade de óvnis de vários formatos e cores, depois de dezenas de relatos impressionantes. O Brasil é um celeiro desses fenômenos.
O senhor diz que a religião pode levar autoridades a negar tais descobertas. Já viu acontecer? Quando Galileu Galilei propôs o modelo heliocêntrico do universo, a Igreja o forçou a retratar-se sob pena de morte, apesar de não ferir em nada a noção de religião. No próprio Pentágono algumas pessoas acham que o tópico é muito perigoso, até demoníaco, e preferem não falar do assunto.
Foi o que o levou a pedir demissão do programa que liderava, em 2017? Percebi que tínhamos um problema. Havia muitas informações o tempo todo sobre óvnis, e pessoas na minha cadeia de comando não queriam reportar ao secretário de Defesa. Tudo era mantido em sigilo. Tive de sair.
Há filmes e séries em profusão sobre a vida extraterrestre. São caricatos? Alguns chegam perto da realidade. Assisti recentemente a Contatos Imediatos do Terceiro Grau, de Steven Spielberg, e fiquei surpreso com a precisão da história em relação a características que sabemos serem reais sobre ETs. Spielberg admitiu ter recebido preciosa ajuda de ex-oficiais do governo.
O que acha da ambição de gente como o bilionário Elon Musk de colonizar Marte? O desejo de expandir as possibilidades de vida para outros planetas está em nosso DNA. Caso contrário, iremos estagnar e perecer como espécie, o que ninguém quer.
Publicado em VEJA de 17 de abril de 2025, edição nº 2940
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