A Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG) é uma técnica terapêutica que pode ser usada no tratamento de várias condições, incluindo o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou chamado popularmente de autismo, somente no Nível 1 (leve). O autismo não tem cura, mas tem tratamento para melhora de vários aspectos na vida da criança e existem 3 níveis de autismo. São eles: Nível 1 (leve), Nível 2 (moderado), Nível 3 (severo).
A TRG tem como objetivo promover a reorganização das experiências emocionais e cognitivas, ajudando a criança a desenvolver novas formas de pensar e agir. Mas, a TRG também pode ser combinada com a Análise Comportamental Aplicada (ABA) no tratamento de crianças com autismo. Ambas as abordagens podem ser complementares e, quando usadas em conjunto, podem potencializar os resultados terapêuticos
A TRG é um método terapêutico que busca ajudar as crianças que estão no espectro autista a reorganizar suas experiências, levando-as a maneiras mais adaptativas de pensar e agir.
Essa abordagem pode focar em:
Reorganizar a percepção de estímulos sensoriais, ajudando a reduzir a sobrecarga sensorial.
· Criar formas de interação social, melhorando a comunicação com outras pessoas.
· Transformar respostas emocionais a estímulos que causam desconforto.
A ABA é uma abordagem terapêutica baseada na teoria do comportamento, que foca em ensinar habilidades e modificar comportamentos por meio de reforços e outras técnicas baseadas em princípios científicos. A ABA é bem conhecida e amplamente utilizada no tratamento do autismo, ajudando as crianças a desenvolverem habilidades sociais, de comunicação, acadêmicas e adaptativas.
Como a TRG e a ABA podem ser combinadas?
Embora possuam abordagens diferentes, elas podem ser integradas de forma eficaz, levando em consideração os pontos fortes de cada uma.
Combinação de Abordagens Comportamentais e Emocionais: A ABA foca em modificar comportamentos observáveis, enquanto a TRG pode ajudar a trabalhar aspectos emocionais e cognitivos mais internos, como a forma como a criança percebe o mundo e lida com suas emoções. Isso pode ser útil para lidar com aspectos mais subjetivos do autismo, como dificuldades emocionais e sensoriais, enquanto a ABA trabalha as habilidades mais práticas e comportamentais.
2. Reforço Positivo da ABA com o Reprocessamento da TRG: A TRG pode ajudar a reprocessar certas respostas emocionais ou cognitivas que limitam o progresso de uma criança na ABA. Por exemplo, uma criança que tem dificuldades em interagir socialmente devido a ansiedade pode ser tratada na TRG para reprocessar esses sentimentos, enquanto a ABA pode ser usada para ensinar comportamentos sociais adequados. A combinação pode resultar em uma criança mais aberta e capaz de aprender comportamentos sociais.
3. Personalização do Tratamento: A ABA pode ser aplicada de forma altamente individualizada para ensinar habilidades específicas, enquanto a TRG pode ser usada para ajudar a criança a lidar com desafios emocionais ou de percepção que dificultam a aplicação dessas habilidades. Quando combinadas, essas abordagens podem cobrir uma gama mais ampla de necessidades da criança, desde a aprendizagem de habilidades práticas até o enfrentamento de desafios internos mais profundos.
4. Trabalho Sensório-Emocional: A TRG pode ser particularmente útil para crianças que têm dificuldades sensoriais e emocionais intensas, comuns no espectro do autismo. Enquanto a ABA foca em ensinar habilidades adaptativas, a TRG pode ajudar a reduzir a sobrecarga sensorial e emocional, proporcionando um espaço para que a criança possa aprender de forma mais eficaz.
5. Engajamento e Motivação: A TRG pode ser usada para aumentar o engajamento e a motivação das crianças ao reprocessar emoções e melhorar a maneira como elas respondem a estímulos. Isso pode tornar as sessões de ABA mais eficazes, pois a criança estará mais pronta para se envolver no aprendizado e aplicar as habilidades ensinadas.
Exemplo de Integração:
· Treinamento de Habilidades Sociais: Na ABA, a criança pode ser ensinada a realizar interações sociais específicas, como fazer pedidos ou cumprimentar outras pessoas. Ao mesmo tempo, na TRG, pode-se trabalhar com a criança para reduzir a ansiedade social ou melhorar a percepção de si mesma nas interações, ajudando a criança a sentir-se mais confortável ao aplicar essas habilidades em situações do dia a dia.
A TRG e a ABA podem se complementar de maneira muito eficaz, já que cada uma aborda diferentes aspectos do autismo, a ABA foca em comportamentos e habilidades práticas, enquanto a TRG trabalha aspectos emocionais e cognitivos. Juntas, elas podem fornecer um tratamento mais completo e integrado para crianças com autismo.
(*) Robson Stolfi, terapeuta certificado em Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG),
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