O Carrefour Brasil obteve aval de seus acionistas para deixar de ser negociada na bolsa de valores brasileira. A assembleia aprovou nesta sexta-feira (25) o fechamento de capital na B3 por 59,2% dos votos. O resultado representa uma reviravolta no placar que até a quinta-feira (24) apontava rejeição da proposta, quando apenas 47% dos votos prévios apoiavam a operação.
A inversão do resultado ocorreu com a entrada de 145,3 milhões de novos votos na assembleia – 93% deles favoráveis à saída da bolsa, segundo apuração do Valor Econômico. Essa mudança foi impulsionada por fundos de investimento que atuam com a arbitragem de preços que, nas últimas semanas, compraram ações do Carrefour Brasil especificamente para lucrar com a operação.
A oportunidade de ganho surgiu não apenas pela pequena diferença entre o preço de tela e o valor de R$ 8,50 oferecido para resgate em dinheiro, mas principalmente pela arbitragem com a opção de conversão em papéis do Carrefour França. Segundo gestores ouvidos pela Exame, essa estratégia poderia gerar ganhos de até 8% em menos de um mês.
A saída dos grandes investidores institucionais também influenciou o desfecho. A Península, empresa de investimentos da família Diniz, vendeu toda sua participação de 4,9% nas últimas semanas, enquanto o fundo soberano de Singapura, o GIC, realizou um block trade de 2,4% das ações, movimentando R$ 425 milhões.
Com o fechamento da operação previsto para 30 de maio, os acionistas têm até 12 de maio para escolher entre receber dinheiro ou ações da matriz francesa, encerrando a trajetória da empresa na bolsa brasileira que começou com seu IPO em 2017.
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