Nexialismo é a peça que faltava na sua cultura de inovação?

*Por Andréa Migliori

Já reparou como a inovação raramente acontece dentro dos limites tradicionais? Não é à toa: soluções verdadeiramente criativas quase sempre nascem do cruzamento entre diferentes áreas, experiências e formas de pensar. E é justamente aí que mora o valor da cultura organizacional somada ao nexialismo.

Para quem não conhece o termo, nexialismo vem de “nexus”, que significa conexão. A expressão surgiu na ficção científica, mas cai como uma luva para descrever um perfil profissional muito específico: pessoas que transitam entre várias disciplinas, conectam saberes e ajudam a resolver problemas complexos com uma visão ampla e integrada.

Em outras palavras, são aquelas figuras que não se encaixam num único rótulo, mas que conseguem costurar conhecimentos diversos e enxergar soluções onde outros só veem barreiras. Empreendedores são incríveis em fazer isso, razão pela qual acredito que uma visão empreendedora é certamente aliada, se não gêmea, do nexialismo.

Por muito tempo, vi esse perfil ser chamado de generalista, mas essa expressão sempre me pareceu superficial. Ser nexialista, acredito, é um meio-termo entre generalista e especialista. Pense assim: é como se fosse uma habilidade especial que permite ver a trama do tecido, a forma como tudo se conecta, sem deixar de captar como cada linha funciona individualmente.

É uma competência altamente estratégica para organizações de todos os setores, mas não se sustenta sozinha. Para florescer, ela depende de um ambiente que incentive a troca e o olhar interdisciplinar. Ou seja, ela depende de uma cultura organizacional que valorize, além do domínio técnico, a curiosidade, a flexibilidade e o diálogo entre áreas.

O tipo de cultura que garante esse desenvolvimento é um com ótima comunicação interna e com diversidade. Vários outros pontos fortalecem o ambiente, é claro, mas esses dois fatores são essenciais para o “nascimento” de uma pessoa nexialista. Até porque não há como enxergar detalhes sem pluralidade de ideias e sem os dados e a visibilidade de diferentes departamentos e operações.

Quando a cultura promove essa mentalidade, o impacto é sentido em decisões mais informadas, soluções mais criativas e maior adaptabilidade frente às incertezas do mercado. As inovações que surgem dessa junção podem levar a empresa para um novo patamar.

Faz pouco tempo que encontrei no termo nexialista uma definição que me fez sentido para o que faço e o que vejo grandes profissionais ao meu redor fazerem todos os dias. Fez uma grande diferença entender que não se trata de saber muita coisa de forma rasa, mas sim de conseguir fazer as conexões que faltam e que realmente transformam o negócio. Desde que você permita.

Já pensou quantas pessoas nexialistas em potencial estão na sua equipe, esperando apenas o espaço certo para brilhar?

*Andréa Migliori, CEO da Workhub, uma HRTech de soluções para portais corporativos, pioneira no segmento a incorporar inteligência artificial aos seus serviços.