A Prio, controlada pelo empresário Nelson Tanure, será uma das maiores produtoras de petróleo do país após adquirir da norueguesa Equinor participação de 60% no Campo de Peregrino por US$ 3,5 bilhões.
O negócio dá à Prio 100% do ativo localizado na Bacia de Campos (RJ), potencialmente elevando a produção da companhia em 60 mil barris por dia (bpd). Hoje a companhia produz 115 mil bpd de petróleo, de acordo com informações da prórpia empresa.
Entre as maiores produtoras de petróleo do Brasil estão, pela ordem, Petrobras (2,14 milhão bpd), Shell (358,6 mil bdp), a TotalEnergies (139,5 mil bpd), conforme dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural (ANP). Com a aquisição, a Prio deve assumir a quarta posição no ranking nacional.
“A aquisição aumenta significativamente a produção da Prio em 55%, atingindo aproximadamente 162 kbpd (considerando os dados de março). Ao deter e operar integralmente o ativo, a Prio pode aproveitar as sinergias dos campos próximos e implementar medidas de eficiência de custos para aumentar a lucratividade”, afirmou o Itaú BBA em relatório.
A Prio disse esperar que as operações sejam concluídas entre o final de 2025 e meados de 2026, e que todos os valores serão pagos utilizando os recursos já disponíveis em conta corrente, somados à geração de caixa da companhia até o fechamento da operação.
O negócio agregará 202 milhões de barris de reservas e recursos “1P+1C” (reservas provadas e recursos contingentes) à Prio, que no ano passado já havia adquirido uma fatia de 40% no campo pertencente à Sinochem. Com isso, o ativo passará a ser totalmente detido e operado pela companhia, disse a Prio, em fato relevante.
A operação com a Equinor será dividida em duas partes, sendo a primeira delas a aquisição de 40% de participação, conjuntamente com a operação do campo, somando US$ 2,23 bilhões e mais um “earn-out” (pagamento adicional condicionado a resultados futuros) de US$ 166 milhões contingente à conclusão da operação de 20%.
A segunda parte do negócio envolve a aquisição de 20% de participação no ativo, por US$ 951 milhões. Os pagamentos devidos na conclusão das aquisições estarão sujeitos a ajustes até o fechamento da transação. As aquisições estão sujeitas a condições precedentes usuais, como aprovações da ANP e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A petroleira também prevê um aumento temporário do nível de alavancagem para aproximadamente 2,0 vezes a dívida líquida pelo lucro operacional (Ebitda), “que permanecerá dentro de faixas saudáveis e conservadora”. Peregrino envolve uma plataforma flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO), apoiada por três plataformas fixas.
A Equinor opera o campo desde 2009 e, desde então, cerca de 300 milhões de barris de petróleo foram produzidos pelo ativo, de acordo com a empresa norueguesa.
“O Brasil continuará sendo um país central para a Equinor, enquanto nos concentramos na entrada em operação do campo de Bacalhau e no desenvolvimento do projeto de gás de Raia. Com esses dois projetos em operação e nossa parceria em Roncador, nossa produção de capital próprio no Brasil chegará perto de 200 mil barris por dia até 2030”, afirmou Philippe Mathieu, vice-presidente executivo de Exploração e Produção Internacional da Equinor, em comunicado.
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