O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta sexta-feira, 2, para cortar o financiamento do governo às emissoras públicas americanas NPR e PBS, acusando-as de serem tendenciosas. Após o anúncio, a ONG internacional Repórteres Sem Fronteiras lançou um alerta sobre a “deterioração alarmante da liberdade de imprensa” no país sob a gestão do republicano.
A NPR e a PBS são parcialmente financiadas pelo Estado, e dependem fortemente de doações privadas.
“Inimigos do povo”
O presidente americano mantém há muito tempo uma relação antagônica com a maioria dos principais meios de comunicação americanos. No passado, ele os descreveu como “inimigos do povo”. Uma exceção notável, claro, é a poderosa emissora conservadora Fox News, cujos apresentadores assumiram papéis de liderança em seu governo.
“A National Public Radio (NPR) e o Public Broadcasting Service (PBS) recebem fundos dos contribuintes por meio da Corporation for Public Broadcasting (CPB)”, disse Trump em seu decreto. “Portanto, instruo o conselho de diretores da CPB e todos os departamentos e agências executivas a cessarem o financiamento federal para a NPR e a PBS.”
Ele acrescentou que “nenhuma das entidades apresenta um retrato justo, preciso ou imparcial dos eventos atuais aos cidadãos contribuintes”.
O orçamento do CPB já foi aprovado pelo Congresso até 2027, o que levanta questões sobre o alcance da ordem de Trump. De acordo com a lei, o legislativo é o único poder com autoridade para arbitrar sobre questões financeiras e de contas públicas.
Deterioração da liberdade de imprensa
Mais de 40 milhões de americanos ouvem a rádio pública NPR por semana e 36 milhões assistem a uma emissora de televisão local da rede PBS ao mês, de acordo com as estimativas dos respectivos veículos.
A diretora da NPR, Katherine Maher, estimou em março que a emissora receberia cerca de US$ 120 milhões (cerca de R$ 677,13 milhões, na cotação atual) do CPB em 2025, “menos de 5% de seu orçamento”.
O Repórteres Sem Fronteiras, ONG internacional com o objetivo de garantir o direito à livre circulação de informação, lançou um alerta nesta sexta-feira sobre “uma deterioração alarmante da liberdade de imprensa” nos Estados Unidos sob o governo Trump e dificuldades “sem precedentes” para jornalistas independentes em todo o mundo.
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