4 de maio de 2025

Em Pauta: O apelo do truculento ‘modelo Bukele’ em…

A capa de VEJA desta semana mergulha em uma das experiências mais radicais de combate ao crime no mundo atual: o modelo de segurança pública implementado por Nayib Bukele em El Salvador. Por uma semana, a repórter de internacional Amanda Péchy percorreu ruas antes dominadas por gangues, conversou com vítimas da violência — e agora também do Estado — e testemunhou de perto os efeitos da política de mão de ferro que transformou completamente a realidade salvadorenha. No “Em Pauta” desta semana, Marcela Rahal, colunista de VEJA e apresentadora dos programas “Amarelas On Air” e “Ponto de Vista”, recebe Amanda para um bate-papo sobre a vida como ela é no país centro-americano.

Nos últimos dois anos, El Salvador saiu do topo do ranking mundial de homicídios para se tornar, estatisticamente, o país mais seguro da América Latina. Para chegar a esse resultado, o governo Bukele encarcerou em massa suspeitos de ligação com organizações criminosas — hoje, 1 em cada 10 homens jovens do país está atrás das grades, configurando a maior taxa de encarceramento do mundo. Mas a que custo se alcançou essa queda nos crimes? E o que esse novo cenário diz sobre os limites entre segurança pública e autoritarismo?

Na conversa com Amanda Péchy, o “Em Pauta” desvenda os bastidores de uma reportagem que expõe um estado de exceção consolidado. Bukele, autoproclamado “ditador mais legal do mundo”, controla o Judiciário, empareda opositores, silencia jornalistas e permite que milhares de detentos desapareçam no sistema prisional sem julgamento ou direito de defesa. Mesmo diante de tantas denúncias de violações de direitos humanos, o presidente mantém uma aprovação popular impressionante, beirando os 90%, e atrai políticos do mundo inteiro — inclusive do Brasil — em busca de inspiração.

O episódio lança luz sobre os dilemas contemporâneos envolvendo segurança, democracia e populismo punitivista, em um momento em que esses temas ganham força também no debate público brasileiro. A experiência salvadorenha serve como alerta e espelho, sobretudo em tempos em que o discurso da tolerância zero ganha apelo popular. Com relatos sobre o que dizem ONGs de direitos humanos, advogados, especialistas, vítimas do regime e experiências pessoais da reportagem nas ruas onde reina o exército, Amanda conta a Marcela o que está por trás do “milagre” de Bukele — e o que ele pode ensinar (ou não) ao restante da América Latina.

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