Embora a Igreja Católica seja conhecida por decorações pomposas, incluindo o uso de muito ouro, a remuneração dos pontífice segue um caminho menos luxuoso. Assim como os seus antecessores, o papa Leão XIV, eleito nesta quinta-feira, 8, terá todas as despesas cobertas pelo Vaticano, desde acomodações e atendimento médico até gastos em viagens. Muitos dos antigos líderes da Igreja receberam salários, estimados em € 2.500 (mais de R$ 15 mil) por mês, embora Francisco, antecessor do novo pontífice, tenha ido na contramão, ao fazer voto de pobreza ao iniciar sua trajetória espiritual.
Não se sabe ainda qual caminho será tomado por Leão. De todo modo, papas não têm histórico de receber salários exorbitantes, o que está relacionado à busca por uma vida simples, apesar das regalias. O Palácio Apostólico é a residência oficial dos Santos Padres — mais uma vez, Francisco rejeitou a tradição e optou por uma moradia mais humilde: a suíte 201 da Casa Santa Marta.
Ainda que escolha não ser remunerado, os gastos com acesso aos bens e serviços papais, oferecidos e financiados pelo Vaticano, são calculados em cerca de € 14 milhões (aproximadamente R$ 90 milhões). Ele também terá acesso a uma generosa verba para doações de caridade — o papa argentino doou € 200.000 (R$ 1,2 milhões) a detentos de uma prisão romana, por exemplo.
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Rombo na Igreja
Para dar conta de valores tão altos, o Vaticano depende de doações, turismo, lucros dos museus e retornos de investimentos. Entre as suas principais fontes de renda está o Óbolo de São Pedro, coleta anual de católicos mundo afora que angaria cerca de € 23 milhões (mais de R$ 150 milhões). Os principais contribuintes são dos Estados Unidos, Alemanha e Itália, de acordo com o jornal britânico Daily Mail.
As contas da Igreja Católica, no entanto, não estão em dia. Em 2023, Santa Sé revelou um déficit operacional de mais de € 82 milhões (R$ 526 milhões). O rombo levou a uma profunda reforma, liderada por Francisco, que cortou salários de bispos e pôs ponto final à tradição de oferecer apartamentos subsidiados no Vaticano ao alto clero. A mensagem a ser passada, além do compromisso com o reajuste de contas, é de que era necessária uma maior transparência. A ver qual rota escolherá Leão, que já faz história como o primeiro papa americano.
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