12 de maio de 2025

Você é mais parecido com Warren Buffett do que imagina

Sugerir que você pode investir como Warren Buffett parece loucura. Afinal, o homem é uma verdadeira máquina de multiplicar dinheiro: transformou cada dólar investido no início de sua carreira em cerca de US$ 365 mil. Sua inteligência afiada, paciência quase sobrenatural e uma trajetória longa — em um período excelente para ações dos EUA — tornam praticamente impossível replicar seu desempenho.

Mas, quando comparado aos investidores profissionais, é bem mais fácil deixar um pouco dessa magia respingar na sua carteira. Buffett nunca esteve atrás de ganhos rápidos, e o investidor comum pode adotar o mesmo jogo no longo prazo.

Apostas concentradas

Depois do fim dos anos 1960, Buffett não atuava mais como gestor de fundos no sentido tradicional, o que lhe deu uma liberdade enorme.

Ele fez apostas concentradas em empresas como Coca-Cola e Apple. Além disso, foi além e ignorou os críticos que diziam que ele estava ultrapassado. Esse discurso foi muito comum durante a bolha das techs. Buffett também nem se abalou quando gestores da moda, como Cathie Wood, foram chamados de “a nova Warren Buffett”.

Porém, Warren Buffett não ganhou sempre. E sua fortuna não viveu uma subida constante. Durante as seis décadas à frente da Berkshire Hathaway, Buffett ficou atrás do mercado em um terço do tempo e teve 11 anos de perdas.

11 anos de perdas

Sem dúvida, essas perdas o incomodavam — mas muito menos do que incomodaria um gestor profissional, que vive sob o risco de perder o emprego. Mas elas existiram, não dá para negar ou esconder.

Buffett também nunca foi pressionado a seguir modismos, com as “Nifty Fifty”, Cisco, Nvidia, ou outras ações da vez.

Em geral, 90% dos gestores de fundos não conseguem superar o mercado ao longo de uma década. Mas o que poucos sabem é que os investidores desses fundos se saem ainda pior, com um retorno 1,1 ponto percentual menor, em média, segundo a Morningstar.

Em contrapartida, uma carteira de ações “de valor” — onde Buffett sempre nadou de braçada — superou o mercado amplo por 2,7 pontos percentuais por ano ao longo das décadas. Isso também não dá para negar.

As lições de Warren Buffett

Ou seja: você não precisa ceder às pressões dos profissionais. Pode simplesmente comprar títulos e manter ações “sem graça” — ou fundos indexados que as incluam — ignorando os modismos e as oscilações do mercado.

Quer um exemplo? Então pense em dois recém-formados de 21 anos. Cada um guarda US$ 3 mil por ano até os 65. Um comete erros emocionais típicos, como entrar e sair de investimentos na hora errada, apenas pelo calor da situação. O outro consegue capturar apenas metade do prêmio de valor que impulsionou os retornos de Buffett (que hoje já não é mais o mesmo de antes).

Com uma rentabilidade média de 8% ao ano para uma carteira diversificada em ações, títulos do governo e privados, o investidor comum teria US$ 835 mil ao se aposentar. Nada mal, já aquele que incorporou um pouco da paciência e dos princípios de Buffett teria US$ 1,75 milhão.

Você pode ser um pouco de Buffett

O CEO da Berkshire que agora se aposenta não foi só um gigante no mundo dos investimentos profissionais — foi um gigante entre pigmeus. E teve todos os olhos do mundo em sua direção em todas essas décadas de atuação no mercado financeiro.

Você nunca será um Warren Buffett em sua totalidade, até porque ele abriu caminhos que não haviam sido traçados até então. Mas ser um pouco como ele — pensar no longo prazo e nunca seguir a manada — já é o suficiente para se destacar entre profissionais e investidores comuns.

Traduzido do inglês por InvestNews

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