Gabrieli Paes responde por homicídio qualificado da filha de 5 meses, morta em 2021

Gabrieli Paes da Silva está sendo julgada nesta terça-feira (13) pelo homicídio da filha Melany Paes, de 5 meses. A mãe responde por crime cometido por motivo torpe e com uso de asfixia, após afogar a bebê em uma bica d’água, em junho de 2021, no bairro Vila Bandeirantes, em Campo Grande.
Uma mulher está sendo julgada em Campo Grande pelo homicídio da própria filha de 5 meses, ocorrido em junho de 2021. Gabrieli Paes da Silva afogou a bebê Melany Paes em uma bica d’água, alegando acreditar que a criança estava “possuída por demônios” após uma vacinação. Durante o julgamento, a acusada negou ter planejado o crime e afirmou que agiu por impulso. O caso também envolve suspeita de violência sexual contra a bebê, com evidências médicas de lesões. A ré admitiu ter introduzido objetos no corpo da criança, alegando seguir supostas orientações médicas.
A pedido da defesa da mulher, o juiz Carlos Alberto Garcete pediu para que o rosto de Gabrieli fosse preservado pela imprensa que acompanhava o júri.
Durante o julgamento, Garcete autorizou que os jurados fizessem perguntas à ré. Em uma das respostas, Gabrieli afirmou que a morte da filha não foi planejada e negou ter sido influenciada por alguém. “Foi como se fosse um impulso. Foi assim”, declarou.
Na época do crime, Gabrieli disse acreditar que a filha tinha o “chip da besta” na cabeça, ideia que teria surgido após a vacinação da bebê. No entanto, nesta manhã, ela afirmou que foi mal interpretada.
“Eu queria falar que esse negócio do chip da besta, lá no momento… eu não sei se foi mal interpretado, mas falei que tirei de mim, não dela. Em relação à Melany, eu achava que ela estava possuída por um demônio. Acho que foi porque ela era um bebê muito inteligente”, disse.

Ao ser questionada sobre o pai dos outros dois filhos, com quem viveu por três anos, Gabrieli respondeu que ele era da umbanda, mas reforçou que sempre foi cristã. “Fui algumas vezes em festas da umbanda, mas não era minha religião. Sempre fui cristã”, completou.
Ela relatou que no dia do crime deu dois banhos na filha, um na banheira e outro sob a ducha, entre 16h e 17h. Depois, seguiu a pé até a casa de amigas levando a bebê no carrinho, mas afirmou não lembrar o horário exato da chegada, apenas que já era noite.
Ainda durante o interrogatório, a mulher afirmou que não lembra sobre o que conversou com as amigas e nem se o “chip da besta” foi mencionado. O tempo que levou para o grupo perceber que a bebê estava morta também não foi informado pela ré.
O julgamento ainda está em andamento e segue para as fases de argumentação da defesa e da acusação. Nenhuma testemunha foi intimada para o júri.

Relembre – Durante o encontro com as amigas, ela conversou e bebeu cerveja. Só quando as amigas notaram que Melany estava muito quieta e tocaram na criança, perceberam que o corpo já estava rígido. Elas correram com a bebê até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, mas Melany já chegou sem vida.
Segundo relatos das testemunhas, ao ser questionada sobre o que havia acontecido, Gabrieli apenas dizia “não aconteceu nada” e ria.
A delegada Elaine Benicasa, responsável pelo caso na época, afirmou que a mãe teve consciência de seus atos. “Ela ficou segurando a menina embaixo d’água. Estava consciente de que estava afogando a criança”, declarou, descartando insanidade.
O proprietário do imóvel onde mãe e filha moravam contou que o chuveiro ficou ligado por cerca de quatro horas. Sem resposta às batidas na porta, ele resolveu desligar o registro, sem imaginar o que havia acontecido.
Violência sexual – No UPA foi contatado que Melany apresentava ânus dilacerado e hímen rompido. Gabrieli não quis comentar sobre o abuso, mas disse à polícia que havia levado a filha ao posto de saúde, onde um médico teria diagnosticado “fechamento vaginal” e orientado o uso de pomada. Ela admitiu, porém, ter introduzido palitos na vagina da bebê, alegando estar tentando seguir a recomendação médica.
Gabrieli e Melany moravam sozinhas em uma casa alugada na Rua Santa Helena. Vizinhos e fiéis da Igreja Universal, frequentada por ela, ajudavam com alimentação.
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